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ELEIÇÕES
Dois maiores partidos de esquerda devem ser concorrentes em pelo menos 21 das capitais do país
Disputa municipal expõe racha de aliança PT-PDT
DA SUCURSAL DO RIO
Aliados tradicionais, PT e PDT
vão disputar separadamente as
eleições para prefeito este ano, pelo menos nas capitais. Os dois
partidos estarão juntos no primeiro turno das eleições deste
ano em apenas 3 das 26 capitais:
Belo Horizonte, Natal e Fortaleza.
Evidência do momento de afastamento dos dois partidos.
"Nossa relação com o PT é uma
história de altos e baixos. Agora
estamos na baixa. Mas ainda não
bateu no chão", ironiza o ex-governador Leonel Brizola, presidente nacional do PDT.
"O contencioso entre PDT e PT
não foi equacionado. Em processos eleitorais isso aflora", salienta
o deputado federal João Paulo
Cunha (SP), coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT.
"Não estamos brigando. Estamos fazendo uma separação amigável", afirma Brizola. Ele diz duvidar que essas alianças se concretizem nas cidades onde estão previstas. "Pode nem chegar a três."
E, segundo ele, um apoio político no segundo turno será apenas
circunstancial. "Nenhuma aliança
com eles (PT) deu o resultado esperado", reclama. Por lei, as convenções partidárias que definem
as candidaturas ainda não ocorreram -o prazo vai até o fim do
mês. Por isso, teoricamente, ainda
pode haver mudanças.
Em duas capitais o quadro está
praticamente definido: São Paulo
e Rio Branco (AC). Na primeira a
aliança foi negociada, mas depois
descartada; na segunda é possível.
Em São Paulo, o PT disputava o
apoio do PDT, que decidiu fechar
aliança com Luiza Erundina
(PSB). Em Rio Branco, há possibilidade de aliança em torno do
candidato do PT, Raimundo Angelin, embora oficialmente o PDT
tenha concorrente, Roberto Filho.
Assim, as coligações acontecerão em Belo Horizonte, em torno
do prefeito Célio de Castro (PSB);
em Fortaleza, com Inácio Arruda
(PC do B); e em Natal, onde a candidata é Fátima Bezerra (PT).
Dessa forma, em 21 capitais os
partidos concorrerão com nomes
diferentes. Para Brizola, esse quadro é uma consequência de um
período de "pouco entendimento". "Não se pode afirmar que é
uma aliança com fôlego", admite
João Paulo Cunha.
Separados, os partidos tentam
reestruturar suas alianças. O PDT
tem procurado se entender com o
PSB. O PT prefere o PC do B.
Cunha diz acreditar que essa separação não representa um distanciamento entre os dois partidos. Segundo ele, em campanhas
municipais prevalece a lógica municipal na estratégia de alianças.
O presidente do PDT discorda
da avaliação. "Houve um divórcio. Cada um voltou para a sua casa. Ou melhor, nós voltamos para
a nossa, porque o PT nunca saiu
da dele. Nunca fez nenhuma visita. Não veio comer um churrasco
na nossa casa", compara. "O PT
não ouve ninguém. Quando conversa já vem com o prato feito."
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