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ELEIÇÕES
Governador de Minas Gerais queria que PT e PMDB formassem uma aliança em todas as grandes cidades do Estado
Estratégia eleitoral de Itamar fracassa
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O desejo do governador de Minas, Itamar Franco (sem partido,
ex-PMDB), de unir os partidos de
centro aos de esquerda nas eleições municipais está fracassando
nas maiores cidades mineiras.
São oito municípios com mais
de 100 mil eleitores em Minas, incluindo a capital, Belo Horizonte,
onde as alianças de centro-esquerda serviriam como base no
Estado para a disputa de 2002.
Itamar vem dizendo que apenas
com a centro-esquerda unida haverá uma chance real de derrotar
as forças que hoje dão sustentação
ao governo federal na sucessão de
Fernando Henrique Cardoso.
E o seu desejo era que isso começasse desde já, embora tenha
admitido ser difícil. "Dentro do
possível, vamos tentar em Minas
Gerais", disse recentemente.
Só em Uberaba e Montes Claros
o PMDB e o PT -os maiores partidos das alianças imaginadas por
Itamar- se entenderam. Nem
mesmo em Juiz de Fora, terra do
governador, a aliança vingou.
Quando tudo caminhava para o
entendimento, Itamar resolveu
atrair o PSDB e ofereceu aos tucanos, desafetos do PMDB no Estado, ser vice de Murílio Hingel, secretário estadual da Educação.
Ninguém entendeu nada. O resultado da investida de Itamar foi
uma chuva de críticas. O PMDB
reclamou, o PT recuou, o PSDB
estadual protestou e o próprio governador abandonou o processo.
"Eu queria dar uma contribuição à cidade onde iniciei a vida
pública, mas encontrei muita incompreensão", disse Itamar.
Antes mesmo desse episódio,
suas investidas já surpreendiam.
Ele tinha decidido que Maria José
Feres (PT), adjunta de Hingel, seria a candidata da aliança.
A indicação surpreendeu o presidente do PT municipal, Martvs
das Chagas (pronuncia-se Martius). Nem ele sabe explicar por
que o nome de Feres não vingou.
Especulou-se que ela não podia
ser candidata por ter atrasado a
transferência do seu título eleitoral, mas o PMDB fez restrições.
Chagas ainda busca a formação
da aliança: espera que o PMDB
apóie o deputado Paulo Delgado.
O presidente do PMDB em Juiz
de Fora, João César Novaes, não
desistiu: "Queremos um projeto
para somar com a proposta do
governador", disse Novaes, que
propôs o apoio à reeleição de Tarcísio Delgado. O PT resiste.
Também houve desencontros
em Uberlândia, onde PT e PMDB
terão candidatos próprios. O postulante do PMDB, deputado federal Zaire Rezende, lamenta o desentendimento, mas disse que estará com o PT no segundo turno.
As alianças também foram frustradas em Belo Horizonte e Contagem, onde as divergências entre
os partidos são históricas. Em Divinópolis, eles ainda conversam.
Mas foi em Governador Valadares que as investidas não só falharam, mas terão rumos totalmente
diferentes com a nacionalmente
improvável união PT-PFL, sendo
a chapa encabeça pelo deputado
federal petista João Fassarella.
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