DA REPORTAGEM LOCAL

O novo secretário das Administrações Regionais de São Paulo, o engenheiro aposentado Álvaro Bortoletto, 69, afirma não se preocupar com a investigação da polícia, que há um ano e seis meses apura denúncias de corrupção em sua secretaria. Ele foi nomeado para o cargo na última quarta-feira, pelo prefeito interino de São Paulo, Regis de Oliveira.
Sua secretaria está no alvo da Justiça: 18 pessoas foram condenadas à prisão, entre elas o vereador cassado Vicente Viscome. Eles são acusados de integrar uma quadrilha de extorsão de dinheiro de comerciantes e de camelôs. Outros estão sendo investigados.
Com cerca de 27 anos de prefeitura e após participar da formação de várias regionais, o novo secretário credita o desinteresse pela investigação da polícia a seu caráter "extremamente técnico".
"Sempre entrei nas regionais para limpar a casa depois que o velório sai. As denúncias foram feitas pela imprensa, e a investigação está sendo conduzida pela polícia e pelo Ministério Público. Minha função é técnica", diz Bortoletto, que passa a coordenar 16 mil funcionários públicos.
Bortoletto já foi administrador em sete regionais diferentes e sempre por um período curto.
Ele era uma espécie de "administrador-tampão" para ocupar temporariamente a função.
Em março deste ano, por exemplo, ele assumiu por dois meses a regional da Penha, no lugar do engenheiro Pedro Antonio Saul, que foi indiciado sob suspeita de prevaricação (teria se omitido ao tomar ciência de irregularidades na unidade). Daquela vez e em todas as outras em que assumiu as regionais, diz não ter encontrado nenhuma irregularidade.


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