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Oficiais-generais deixam de voar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além da falta de peças, a redução no número de horas de vôo
por falta de combustível está afetando tanto as atividades de serviço quanto as de instrução da Força Aérea.
Por economia, oficiais-generais
deixaram de voar regularmente.
Para este ano, a previsão inicial é
que seriam destinados R$ 38 milhões para gastos com combustível e lubrificantes.
Refeitas as contas, após o corte,
com o dinheiro disponível será
possível realizar 70 mil horas de
vôo -menos da metade considerada padrão para o porte da FAB,
que seria de 180 mil horas de vôo
anual. Ano passado, foram voadas 130 mil horas.
Com essa redução no número
de horas voadas, a Aeronáutica
avalia que fica comprometida a
longo prazo a formação dos pilotos.
Apesar de a Academia da Força
Aérea consumir cerca de 40 mil
horas/vôo anuais, o número de
horas para treino é considerado
insuficiente.
A mesma avaliação é feita para o
treinamento dos pilotos de combate, realizado em Natal (RN), no
Centro de Treinamento Tático e
de Recompletamento de Equipagens (Catre).
Nele, são gastas cerca de 15 mil
horas em vôos em Xavantes e em
Tucanos armados.
As demais horas da FAB são
gastas pelo Grupo de Transporte
Especial (GTE), que transporta
autoridades, e pelas outras atividades da Força, como a de transporte de alimentos e remédios para as áreas de fronteira e na Amazônia e mesmo para a defesa aérea.
Os Mirage, por exemplo, só podem voar 40 horas por ano, por
economia.
A Aeronáutica avalia que a situação é "circunstancial", apostando que em alguns anos essa
tendência de queda seja revertida.
Assim, para que os cadetes e os
oficiais de patente menor, como
tenente, capitão e major, possam
voar mais nos treinamentos, houve a decisão de restringir o vôo
para os mais antigos na Força.
Tenentes-coronéis, coronéis e
brigadeiros só voam em situações
excepcionais, fazendo com que
todo o treinamento de anos em
aviões de caça fique subaproveitado e a ação seja descontinuada.
Reaparelhamento
Esta semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso deve
receber do ministro da Defesa,
Geraldo Quintão, o plano de reaparelhamento da Força Aérea, estimado em US$ 3 bilhões, a serem
aplicados ao longo de 12 anos.
Desse total, US$ 380 milhões devem ser gastos com peças de reposição dos atuais aviões da frota
aérea. Há estimativa de que sejam
gastos outros US$ 600 milhões
para modernizar a frota de transporte de autoridades -o que incluiria um novo avião para a Presidência da República, para substituir o "Sucatão".
A Aeronáutica pretende ainda
modernizar os caças F-5 (US$ 280
milhões) e os Avro (US$ 9 milhões), além de adquirir 12 aviões
espanhóis de transporte Casa 295
(US$ 240 milhões), 12 Hércules
disponíveis na Itália (US$ 70 milhões), 20 caças supersônicos
(US$ 600 milhões), 8 aviões de patrulha naval P-3C Orion (US$ 240
milhões) e 66 Super-Tucano para
patrulha na Amazônia (US$ 330
milhões).
Os últimos aviões adquiridos
pela FAB foram os T27, aviões Tucano, da Embraer, usados pela
Academia da Força Aérea.
A compra ocorreu em 1983. Depois, foram agregados alguns
aviões "doados", como um HS-125 que pertenceu ao patrimônio
do banco Bamerindus.
O governo pretende se valer de
empréstimos internacionais que
viriam associados às ofertas para
viabilizar as compras.
O que será decidido é por onde
será iniciada a renovação.
(WF)
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