São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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PAINEL

Estaca de madeira
No rastro da Operação Vampiro, que já respinga no PT, Lula destacou Márcio Thomaz Bastos para reafirmar o compromisso do governo com o combate à corrupção. O ministro da Justiça gravou um pronunciamento a ser exibido em rede nacional nos próximos dias.

Dança dos vampiros
Gravado ontem, o pronunciamento foi dirigido por Duda Mendonça. Descartou-se um primeiro texto, mais ameno. O que irá ao ar é um discurso duro, no qual o governo diz que as investigações prosseguirão sejam quais forem os atingidos.

Homem-âncora
Oficialmente, Bastos foi escolhido por chefiar a Polícia Federal, responsável pelas apurações. Mas o fator decisivo foi a boa imagem do ministro. Humberto Costa (Saúde), a quem o colega da Justiça fará elogios, não está em situação de dar lições na TV.

Plano B
A oposição ao PT em Recife tem pronta estratégia caso não vingue a CPI na Câmara Municipal para investigar a atuação, na prefeitura da cidade, de Luiz Cláudio Gomes da Silva e Reginaldo Muniz Barreto, agora envolvidos na Operação Vampiro. Acionará o Ministério Público.

Outros tempos
A oposição, que na quarta deu apenas quatro votos para aprovar o salário mínimo de R$ 260 (dois do PFL e dois do PSDB), já foi mais compreensiva com Lula. Na votação das reformas tributária e da Previdência, o apoio médio dos pefelistas atingiu 38,6%. O dos tucanos, 46,8%.

Jogada aérea
A bordo de jatinho para ver a seleção em BH, cinco senadores, entre eles Renan Calheiros, apostaram no autor do primeiro gol do jogo. O bolão arrecadou R$ 250, R$ 10 a menos que o mínimo. O vencedor, Hélio Costa, queria receber R$ 750. Alegou que Ronaldo marcou três.

Objeto do desejo
Entre as opções disponíveis no PFL, o recém-afastado secretário estadual do Esporte, Lars Grael, é hoje o favorito dos tucanos para compor chapa com José Serra à prefeitura paulistana.

Tamanho do dote
O comando pefelista, a quem caberá decidir o "noivo", não rejeita de todo o preferido do PSDB. Porém, como não era essa sua primeira opção, condicionará o "sim" a outros entendimentos em caso de vitória.

Problema seu
No PFL, entende-se que a tarefa de compensar José Aristodemo Pinotti pela desistência da pré-candidatura cabe ao PSDB. E que o prêmio de consolação ao neopefelista não deve ser computado como parte do dote a ser recebido pelo partido para fechar a aliança com os tucanos.

Meu, não
Geraldo Alckmin não quer saber de abrigar Pinotti na administração paulista. Tucanos próximos ao governador torcem o bico para o ex-quercista.

Assunto único
O vice-presidente José Alencar é o convidado de honra de encontro do PL, na próxima segunda-feira, para afinar o discurso de campanha. A taxa de juros será um dos itens da pauta.

Meio a meio
No mesmo dia, a Executiva Nacional do PL discute as alianças eleitorais com o PT. A comissão está dividida exatamente ao meio sobre o assunto.

Visita à Folha
Américo Fialdini Jr., diretor presidente da Fundação Conrado Wessel, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Celita Procópio de Carvalho, presidente do júri que elegeu o Prêmio de Literatura da Fundação Conrado Wessel, e de Walter Nori, presidente da WN&P Comunicação Ltda.

TIROTEIO

Do deputado petista João Alfredo (CE), que votou contra o salário mínimo de R$ 260,00, sobre a afirmação de José Genoino de que os "dissidentes serão colocados na geladeira":
-De fato, o partido mudou. Dessa vez, a punição para quem ficou do lado da história do PT virá em doses homeopáticas.

CONTRAPONTO

Tudo é relativo

Líder da bancada do PT na Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia foi um dos convidados de honra do lançamento de uma frente partidária, no mês passado, na cidade paulista de Salto.
A chapa formada pela coalizão indicará um candidato a prefeito filiado ao PDT, partido que faz oposição ao governo Lula. Os petistas terão o posto de vice.
Assim que chegou ao evento, o parlamentar foi chamado ao palanque para discursar.
Acostumado ao Congresso, Chinaglia centrou fogo em tucanos e pefelistas, segundo ele os grandes inimigos do governo.
As palavras do deputado provocaram um certo constrangimento na platéia. Um representante do PFL protestou, recebendo apoios variados.
Só então o petista foi avisado de que os pefelistas faziam parte da frente. Não se fez de rogado:
-Uma coisa é a esfera nacional, outra é a municipal!


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