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RETÓRICA E AÇÃO
Presidente afirma que força dos tucanos na Casa torna mais difícil aprovar o mínimo nela do que na Câmara
Lula diz que PSDB tem "bunker" no Senado
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva afirmou que a aprovação
do salário mínimo de R$ 260 no
Senado vai ser difícil porque lá está o "grande bunker" do PSDB.
A declaração foi dada anteontem à noite, em Brasília, em jantar
com editores do grupo de comunicação RBS, com sede em Porto
Alegre, e publicada ontem no jornal "Zero Hora".
"Foi uma grande vitória", ele
afirmou, sobre a aprovação pela
Câmara dos Deputados do salário
mínimo de R$ 260. "No Senado
vai ser mais difícil porque há uma
concentração de forças mais apertada. O grande bunker do PSDB é
no Senado." O partido tem 12 senadores, de um total de 81.
A oposição também aposta na
sua força no Senado. Mas apesar
de líderes oposicionistas terem dito ontem ao ministro Aldo Rebelo
(Coordenação Política) que o salário mínimo não será aprovado
na Casa, o governo confia num
enquadramento do PT para sair
vitorioso. Para isso, conta também com um acordo com o grupo
do presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP).
O PT tem 13 senadores. Três
-Paulo Paim (RS), Serys Slhessarenko (MT) e Ana Júlia (PA)-
já avisaram que votam contra os
R$ 260, e Cristovam Buarque
(DF) disse que pretende se abster.
Flávio Arns (PR) também é contra, mas disse que ainda não decidiu como votará. O governo, porém, avalia que consegue reverter
as resistências. Na Câmara, havia
21, que acabaram virando cinco.
O Planalto confia no discurso
político de que o PT não pode
derrotar o próprio governo. No limite, o presidente Lula será obrigado a vetar o mínimo de R$ 260.
Ou seja, é uma derrota do governo que não valeria a pena para o
próprio PT impor a Lula.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), bastante interessado em recuperar algum prestígio político, afirma que Sarney
quer se vingar do governo por ele
não ter apoiado a emenda da reeleição para os presidentes das
duas Casas, derrotada já no primeiro turno na Câmara. Sarney,
porém, tem se mostrado aberto a
um entendimento
Oposicionista, o líder do PFL no
Senado, José Agripino Maia (RN),
disse que partidos da própria base
do governo, como o PMDB e o
PL, dariam votos para aprovar
um valor maior. No Senado, a
medida provisória do mínimo
tem que ser aprovada com maioria simples desde que seja atingido o quórum de 41 senadores.
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), demonstrou otimismo. Segundo ele, 90% da bancada
do PMDB (22) votará a favor do
salário proposto pelo governo.
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