São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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OS LIBERAIS E OS RADICAIS

Radical, PT amolece, esquece rigor e decide não castigar grupo de infiéis

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Seis meses depois de expulsar quatro congressistas que contrariaram orientação do partido, o PT não pretende repetir o gesto agora em relação aos dez deputados federais que se recusaram a apoiar o salário mínimo de R$ 260 proposto pelo governo.
Na votação da medida provisória que fixou o valor do salário mínimo, cinco petistas votaram a favor do relatório do PFL que propunha R$ 275, e outros cinco se abstiveram. Votaram contra o governo Chico Alencar (RJ), Walter Pinheiro (BA), Dra. Clair (PR), Ivan Valente (SP) e João Alfredo (CE), e se abstiveram Dr. Rosinha (PR), Luciano Zica (SP), Luiz Alberto (BA), Mauro Passos (SC) e Nazareno Fonteles (PI).
O PT não quer passar de novo pelo desgaste do ano passado, quando expulsou três deputados e uma senadora por terem votado contra a reforma da Previdência.
Segundo o presidente do PT, José Genoino, não dá para comparar esse episódio com o da reforma da Previdência. "A atitude é totalmente diferente da daqueles quatro, que fizeram um enfrentamento público."
A complacência do PT com os novos dissidentes também tem um viés prático. Se expulsar dez deputados, o partido corre o risco de perder o posto de maior bancada da Câmara, não tendo o direito de indicar o presidente da Casa em fevereiro. Hoje o PT possui 89 deputados, e o PMDB, 78.
A intenção da cúpula da sigla é colocar os dissidentes na "geladeira", ou seja, isolá-los das atividades da bancada na Câmara. "Para quem já está no frio e no sereno, a geladeira é suportável", disse Chico Alencar. (FK e RB)


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