São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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Liberal, PFL resolve punir rebeldes que ajudaram o governo em votação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além de usar as mesmas táticas que o PT usava quando era oposição para desgastar governos, o PFL resolveu adotar atitudes similares na condução de questões internas. O partido decidiu punir dois dissidentes que votaram contra o relatório da sigla que propôs R$ 275 para o salário mínimo.
Enquanto isso, o PT, que tem como pilar a "unidade de ação", está relevando a rebeldia de dez deputados na mesma votação.
Entre os 63 deputados do PFL, Cleuber Carneiro (MG) e Lael Varella (MG) foram contra o relatório do próprio partido, sete não votaram e um se absteve. A Executiva Nacional da legenda, reunida ontem, resolveu puni-los.
"Vai ter punição, senão o partido não precisa fechar questão. Eles feriram os interesses do partido, e isso não vai ficar sem registro", disse o líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA). A decisão da Executiva deverá sair em 15 dias. O mais provável é que os dois rebeldes sejam advertidos.
"Eu sou deputado de cinco mandatos no PFL, e o partido sempre defendeu salário mínimo baixo porque não tinha de onde tirar. Não vou fazer demagogia agora com o dinheiro do povo", disse Varella. "Esse rigor e esse purismo nunca foram a tônica do PFL", afirmou Carneiro, que também disse representar as cidades do norte de Minas e que essas prefeituras não poderiam arcar com um reajuste maior do mínimo.
Os dois negaram ter recebido do governo promessas de liberação de emendas parlamentares. No dia da votação do mínimo, a Presidência da República publicou decreto liberando R$ 200 milhões para emendas. (FK)

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