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"GATINHO"
Risco a inspetor antecipa início de ação da PF
DA REPORTAGEM LOCAL
A ação que resultou na prisão
do empresário Law Kin Chong e
do despachante Pedro Lindolfo
Sarlo, na terça-feira, pela Polícia
Federal de Brasília, foi antecipada
porque o serviço de inteligência
da instituição avaliou que o inspetor Fernando Miranda, 39, chefe
da inteligência da CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) da Pirataria no Congresso, corria risco.
De acordo com o procurador da
República Pedro Barbosa, "houve
uma avaliação de que ele [Miranda] corria risco, e achamos por
bem apressar a ação".
A atuação do inspetor que culminou no flagrante de tentativa
de extorsão praticada por Sarlo
começou em 19 de abril. Na ocasião, o despachante telefonou para Miranda e disse que tinha informações importantes para passar à CPI. Segundo o inspetor, ele
teria falado em nome de Chong e
proposto pagamento de US$ 2
milhões para que a comissão não
mais o investigasse.
Fingindo interesse, Miranda falava freqüentemente com Sarlo
por um celular que lhe fora dado.
Na terça, combinaram reunião no
escritório de Medeiros. Sarlo foi
detido com US$ 75 mil, que seriam entregues ao deputado como parte do pagamento.
"Relação orgânica"
Ontem, o material apreendido
na casa e no escritório de Chong
começou a ser inventariado pela
PF em Brasília, que, com base
nesses documentos, identificou o
envolvimento de autoridades
municipais, estaduais e federais
no esquema de contrabando de
Chong. Para a polícia, já há indícios de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Segundo o relatório de um delegado, os documentos demonstram uma "relação orgânica" com
autoridades das três esferas.
Chong prestará depoimento em
Brasília na segunda, no inquérito
aberto na terça para investigar lavagem de dinheiro e sonegação.
A PF recolheu anteontem cerca
de uma tonelada de documentos
em mais de uma dezena de endereços ligados a Chong. Só o imóvel em que ele morava estava em
seu nome. A suspeita é que Chong
utilize a compra de imóveis para a
lavagem de dinheiro.
De modo a evitar a investigação
das polícias estaduais, Chong teria ainda em sua lista policiais militares, civis e membros do Judiciário.
(CHICO DE GOIS)
Colaborou IURI DANTAS, da Sucursal de
Brasília
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