DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma das empresas investigadas pela PF na Operação Vampiro, que apura fraudes em compras governamentais feitas pelo Ministério da Saúde, doou R$ 100 mil ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sua quarta tentativa de chegar à Presidência, em 2002.
A Cristalia Produtos Químicos Farmacêuticos é citada no relatório da PF entregue à Justiça em diálogos travados pelos suspeitos. O laboratório faz parte de um conjunto de sete empresas que, juntas, doaram R$ 700 mil a Lula em 2002.
O valor consta da prestação de contas da campanha entregue à Justiça Eleitoral e representa 3,3% dos cerca de R$ 21 milhões arrecadados por Lula. As contas da candidatura petista foram aprovadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A cifra alcança R$ 1,075 milhão, se computados os R$ 375 mil doados ao comitê nacional do PT. Seis empresas fizeram doações ao órgão, além das sete que fizeram ao candidato. Dos 13 doadores, só a Cristalia está listada na Operação Vampiro.
O levantamento de doações ligadas à área farmacêutica foi feito pela Folha nas prestações de contas de Lula e do comitê nacional. Embora o comitê tenha sido criado para a candidatura do PT à Presidência, não é possível afirmar que o dinheiro doado pelas empresas da área farmacêutica foi gasto.
Do total de R$ 18,3 milhões arrecadados pelo comitê financeiro, só R$ 6,7 milhões foram repassados à conta da candidatura Lula. O restante serviu para pagar pessoal e mão-de-obra e para doações a comitês estaduais, para custear comícios do candidato. (IURI DANTAS)

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