DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Por quase 20 anos, a voz que conduziu milhares de eventos de todos os presidentes da República desde a redemocratização foi a de Lademir Filippin, o locutor oficial da Presidência. Desde março, é a de Maurício Rabelo, ex-deputado federal acusado de envolvimento na máfia dos sanguessugas.
No dia 9 de março, Filippin disse pela última vez: "Está encerrada esta cerimônia". Desde então, Rabelo tem sido o locutor de eventos de Lula no Planalto.
Filippin não fala de sua saída, apenas a atribui a "motivos particulares".
Funcionários do Planalto dizem que a mudança foi resultado de um desgaste na relação com o cerimonial.
Filippin, que era conhecido como "gogó de ouro" e "barítono", diz que o presidente é "exigente". "O bom do Lula é que, com uma piscadela de olho, você entende o que ele quer."
Rabelo tenta se livrar da pecha de sanguessuga. "Nunca fui chamado para nada, não existe nada. Fui incluído nesse escândalo aí [dos sanguessugas] porque pensei muito na saúde", diz.


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