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Garotinho defende assistencialismo e diz não temer rótulo de "populista"
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PSB), pré-candidato à
Presidência da República, defendeu ontem políticas assistencialistas e disse que vai continuar executando-as, mesmo que seja chamado de populista.
"Se matar a fome do povo é populismo, vou continuar sendo populista até que haja uma solução
para o problema" discursou o governador, durante cerimônia de
inauguração de uma fábrica de
sopas enlatadas -Sopa da Cidadania-, que serão distribuídas
para instituições que abrigam
pessoas carentes.
O discurso de Garotinho foi
precedido pelo de sua mulher e
secretária de Ação Social, Rosangela Matheus de Oliveira, a Rosinha. Rosinha disse que o assistencialismo é necessário porque falta
ao país uma política de crescimento e distribuição de renda. "O
povo não quer projetos sociais, ele
quer trabalhar e se sustentar por
seu próprio esforço."
A Sopa da Cidadania é um programa que deve atingir 77.786
pessoas por mês, ao custo de R$
199 mil. O projeto faz parte dos
programas de "segurança alimentar" do Estado, que ainda incluem
o Cheque-Cidadão (bônus trocados por comida em supermercados), o Restaurante Popular (que
serve refeições a R$ 1) e o Cheque
Morar Feliz (auxílio-alimentação
para mutuários pobres da Caixa
Econômica Federal).
Para Rosinha, os programas sociais estão "tapando buracos de
um Brasil mal resolvido". Como
secretária, ela exerce seu primeiro
cargo público, mas há um abaixo-assinado de prefeitos do interior
do Rio pedindo que se candidate à
sucessão do marido.
Embora a primeira-dama negue
qualquer desejo de concorrer, Garotinho estimula os rumores em
torno dessa possibilidade. Questionado sobre um possível lançamento do nome de sua mulher
para ser governadora, ele não deu
resposta e pediu que a pergunta
fosse direcionada a ela.
"A primeira coisa na minha vida é a família e eu não penso em
morar em uma cidade diferente
de meu marido", disse Rosinha,
fazendo alusão à hipótese de Garotinho ganhar a eleição presidencial e ir para Brasília.
No cenário mais provável da última pesquisa Datafolha, Garotinho aparece com 11% das intenções de voto. Lula (PT) vem em
primeiro lugar, com 35%. Ciro
Gomes (PPS) tem 15% e Itamar
Franco (PMDB), 12%.
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