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Simpatizantes
do
PT condenam
economicismo cego
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Os sociólogos que participam
do seminário "A natureza da
crise brasileira e suas vias de
superação", de ontem até hoje
em Porto Alegre, defenderam
uma modificação no enfoque
das discussões nacionais. A
idéia central é trocar o que chamam de visão economicista
atual pela adoção de temas
prioritariamente sociais.
"É preciso, antes de tudo, baixar um pouco a bola dos economistas. Eles são parte do
problema. O raciocínio centrado nos fluxos financeiros não
reconhece as pessoas", disse
Cesar Benjamin, que falaria sobre "A opção brasileira".
"O Brasil perdeu a capacidade de pensar grande. Temos de
definir as questões principais.
Precisamos reconhecer o espaço, as pessoas e o tempo", disse.
Emir Sader, que abordaria o
tema "A esquerda na busca de
uma estratégia", criticou o debate que se inicia para as eleições presidenciais de 2002, pois
estaria "limitado ao economicismo, à crise econômica".
De acordo com Sader, dois
temas devem ser prioritários: a
nova inserção internacional do
Brasil, com a ampliação das
alianças, e a reforma do Estado,
"com uma prioridade fundamental: a inclusão social".
"O Brasil esgotou um período histórico. A estabilidade da
moeda não dá mais que isso."
Octávio Ianni, que trataria de
"Neoliberalismo e neo-socialismo", classificou como principal desafio ""repensar as nações
e as condições de soberania".
"Temos de deixar de lado essa
predominância do econômico.
Quem de nós é apenas salário?
Quem de nós é apenas profissão? Somos humanos."
Os três sociólogos concordaram que a crise socioeconômica vivida pela Argentina é o cenário que deve ser visto como
exemplo a não ser seguido.
Sader chegou a dizer que o
projeto econômico elaborado
por economistas ligados ao PT
podem levar o partido a ser "refém do economicismo".
O "neo-socialismo" defendido por Ianni como alternativa
seria "a socialização das riquezas em escala mundial".
O seminário é o primeiro de
cinco eventos. Os outros serão
em Londrina, São Paulo, Recife
de Belém.
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