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Ciro critica radicalização e afirma
que conflitos são "falsa polêmica"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, criticou ontem a atuação do MST e dos ruralistas ao dizer que os conflitos no
campo seriam de "arquidireitistas" contra "ultra-esquerdistas".
"Isso [o aumento da violência
no campo] é coisa de arquidireitistas e ultra-esquerdistas. Enquanto isso, 99% da população,
ou seja nós, ficamos observando",
afirmou Ciro e ainda completou:
"Essa coisa de conflito no campo é
uma falsa polêmica".
Segundo o ministro, os fazendeiros que criam milícias e os
sem-terra que saqueiam não são
representativos do conjunto total
de personagens que estão envolvidos na questão agrária.
O discurso do ministro foi o
mais duro no conjunto de declarações dadas ontem pelo primeiro escalão do governo, cujo objetivo principal é preservar a imagem do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Segundo o exemplo citado por
Ciro, a meta do Incra (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de assentar 60 mil famílias poderia ser cumprida
"num piscar de olhos" pelo ministro Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário).
O problema não seria mais o
acesso à terra, que existe disponível; o grande problema seria o fornecimento de infra-estrutura para os assentados pelo governo.
"A Bahia tem 60 mil metros
quadrados disponíveis. O Mato
Grosso tem 2 milhões de metros
quadrados", exemplificou.
A idéia do MST de buscar acesso à terra se refere a uma concepção de reforma agrária "da década
de 1950", segundo o ministro.
Já os fazendeiros que se armam
em milícias hoje são, na verdade,
pessoas que migraram há 20 anos
para a borda da fronteira agrícola
e tratam a posse como "religião".
Segundo Ciro Gomes, o governo deveria criar estrutura para os
assentamentos de forma a estabelecer uma "classe média" no campo. Hoje, não haveria nenhum assentamento com infra-estrutura
completa no país.
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