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Líderes ruralistas rejeitam reunião
com Lula; produtores desafiam governo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
Uma parte da bancada ruralista
na Câmara dos Deputados desistiu de marcar um encontro com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois que o MST foi recebido
no Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo, o presidente do Sinapro, Narciso Rocha Clara, desafiou o governo a cumprir as ordens de reintegração de posse.
O presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Agricultura,
Ronaldo Caiado (PFL-GO), disse
que "não há mais clima" para um
encontro com Lula: "O gesto de
colocar o boné [do MST] na cabeça, o gesto [de oferecer um biscoito] como se estivesse dando a hóstia da comunhão, aqueles líderes
dos sem-terra batendo bola com
ele... Não é compatível com a figura do presidente da República. Está legitimando ações de violência,
invasões, sequestros, invasões de
pedágios e saques a caminhões".
A deputada Kátia Abreu (PFL-TO) disse que será agendada uma
visita ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, para pedir "socorro" e
"garantir o cumprimento da lei".
Não há porém unanimidade na
bancada ruralista. O deputado
Nelson Marquezelli (PTB-SP) disse que Lula reafirmou o desejo de
receber os parlamentares: "O presidente recebe o Brasil todo, principalmente uma área tão importante como a agrária. Você conhece o coração do Lula, o mesmo
tratamento que dispensou ao
MST vai nos dispensar também".
O presidente do Sindicato Nacional dos Produtores, Narciso
Rocha Clara, 47, desafiou ontem o
ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a cumprir ordens judiciais de reintegração de posse
em vez "de pensar que pode desarmar os proprietários rurais".
Segundo ele, há 338 mandados
de reintegração de posse em 22
Estados, que não são cumpridos
"porque os governadores estão
seguindo o presidente Lula e
afrontando o Judiciário". Disse
também que a PF não tem "aparato físico ou operacional para desarmar os proprietários rurais",
que irão reagir aos invasores.
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