RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Parafraseando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, João Paulo Rodrigues, 23, da direção nacional do MST, disse ontem que a reforma agrária só será impedida por força divina. "Como diz Lula, só Deus para parar um programa de reforma agrária sério no país", disse Rodrigues.
O líder do MST se referia às denúncias de formação de milícias armadas por fazendeiros em diversos Estados. "Não tem conflito que possa parar a reforma agrária no Brasil, não tem latifúndio que possa tentar impedir."
Segundo Rodrigues, os líderes do MST pediram a Lula, no encontro de anteontem, que determinasse à Polícia Federal uma investigação sobre milícias e uso de armas contrabandeadas pelas fazendas. "A polícia já está acompanhando [o assunto]", afirmou.
O líder do MST demonstrou otimismo em relação ao governo: "A conjuntura é muito favorável à reforma agrária. O latifúndio já percebeu que está isolado".
O líder do MST disse que existem 90 mil famílias acampadas em todo o país. Indagado sobre o número de assentamentos reivindicados pelo MST para 2003, Rodrigues explicou: "Qualquer número que seja próximo disso [90 mil]. Esse é o mínimo".
Rodrigues afirmou que "não é papel de um movimento social" apontar de onde sairá o dinheiro para a realização dos assentamentos. "É questão de [o governo] estabelecer prioridades".


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