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São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2003

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CABEÇA FEITA

Em reunião em 97, ex-presidente teria alegado que função o impedia

FHC se recusou a usar boné do MST

Lula Marques - 18.abr.1997/Folha Imagem
Stedile cumprimenta o então presidente FHC, observado por Gilmar Mauro e José Rainha (à dir.)


DA REDAÇÃO

O então presidente Fernando Henrique Cardoso se recusou a usar um boné e uma camiseta do MST no único encontro que realizou com os representantes do movimento durante seus dois mandatos.
O relato da recusa foi feito por lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra presentes na reunião, ocorrida em 1997.
"Se eu não fosse presidente, vestiria o boné, uma camiseta e participaria da marcha", teria dito o ex-presidente.
FHC se referia à Marcha pela Reforma Agrária, Emprego e Justiça, organizada pelo MST, que havia reunido, um dia antes, 30 mil pessoas na chegada a Brasília -até então o maior protesto contra o governo tucano. Do total, 2.000 eram sem-terra que encerravam uma caminhada de dois meses.
A audiência, que durou pouco mais de uma hora, teve clima tranquilo, mas acabou sem acordo entre as partes. Entre os os sem-terra, participaram Gilmar Mauro, João Pedro Stedile e José Rainha. Do governo, além de FHC, estavam o então ministro da área, Raul Jungmann -durante criticado pelo MST.
Após entregarem a FHC uma carta do movimento e outra dos organizadores da marcha, os sem-terra criticaram o governo e negaram a possibilidade de trégua. Prometeram manter invasões e dobrar o número de acampamentos. Pediram o assentamento de 500 mil famílias até o fim do mandato, em 98.
FHC anunciou a criação de uma comissão para discutir a reforma agrária -com a participação dos movimentos sociais. Dias depois, o MST se recusou a tomar parte no grupo.


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