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Governabilidade e eleição motivam jogo duplo do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com um olho na eleição de
2010 e outro na governabilidade do presidente Lula, o PT faz
jogo duplo ao pedir o afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da Presidência do Senado.
Dez dos 12 integrantes da bancada de senadores pretendem
disputar a reeleição ou o governo de seus Estados.
É o caso do senador Tião Viana (PT-AC). Com mandato até
janeiro de 2015, ele sonha com
o governo do Acre em 2010,
cargo que já foi do seu irmão,
Jorge, por oito anos.
Ele foi um dos primeiros senadores a pedir a licença de
Sarney. Mas, diante da possibilidade de o presidente do Senado renunciar e abrir uma guerra entre PT e PMDB dentro do
governo, resolveu recuar.
O senador reconheceu que
Lula tem grande peso sobre a
bancada e que é necessário defender a governabilidade.
É olhando para 2010 que alguns senadores do PT insistem
que a posição da bancada é pela
licença de Sarney e "que é o governo" que trabalha para permanência dele no cargo.
Nos discursos públicos do líder do partido no Senado, Aloizio Mercadante (SP), e da líder
do governo, Ideli Salvatti (SC),
estão as defesas mais enfáticas
de Sarney. O argumento é que
ele não pode ser o único responsabilizado. Com esse jogo
duplo, Lula chamou a bancada
para um jantar anteontem.
O momento mais tenso do
encontro ocorreu quando Mercadante ameaçou deixar a liderança do partido. Ele argumentava que era necessário "abrir
mão das ambições pessoais em
nome da governabilidade".
Mercadante é um dos nove
senadores petistas cujos mandatos se encerram em 2010. Ele
é pré-candidato à reeleição.
Oficialmente, os petistas insistem que não voltaram atrás
no pedido de licença de Sarney.
Na prática, porém, pararam de
defender a saída de forma contundente.
(ADRIANO CEOLIN)
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