São Paulo, sábado, 4 de julho de 1998

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PAINEL

Pedra no sapato
A ANP detectou e está acompanhando de perto um movimento de mercado da Petrobrás para se tornar hegemônica no fornecimento de gás natural. A Agência Nacional do Petróleo pode melar os planos da estatal.

Operação em curso
O PMDB deu sinal verde à candidatura avulsa de Hélio Garcia ao Senado pelo PTB. Diz que o apóia, mesmo sem uma coligação formal. Candidato em Minas, Itamar, que já perdeu o PFL, tenta evitar que o governador Azeredo ganhe mais aliados.

Chá de sumiço
Nunca tantos deputados ficaram em Brasília na quinta e na sexta. Motivo: o fim do prazo para assinatura de convênios. Para fugir do cerco de parlamentares e prefeitos, Inocêncio (PFL) se refugiou em casa e depois sumiu para Pernambuco.

Legado palaciano
Sobraram para Eduardo Graeff (Secretaria Geral) cobranças de promessas de verbas feitas por seu antecessor Eduardo Jorge no posto. Jorge ficou quieto no comitê de FHC.

Não dá ponto sem nó
A coligação PMDB-PFL no Pará teve a bênção de ACM. A união com Jader Barbalho, que disputará contra o tucano Almir Gabriel, deve garantir mais um senador (Hélio Gueiros) aos pefelistas. Isso é fundamental para a reeleição do cacique baiano à presidência do Senado.

Sucessão amazonense
O PDT do Amazonas questionará na Justiça a intervenção da direção nacional, que tenta evitar que a seção caia no colo do governador Amazonino Mendes (PFL), citado no caso da compra de votos na reeleição. Brizola fecha com o ex-prefeito de Manaus Eduardo Braga (PSL).

Tecnologia tupiniquim
Piada ouvida em Brasília após o jogo do Brasil, no qual Cafu levou o 2º cartão amarelo, o que o deixará de fora da semifinal: "É uma pena que o Eurico Miranda (PPB) não seja o chefe da delegação. Se fosse, mandava o Cafu cavar a expulsão e o colocava para jogar no tapetão".

Zona de perigo
Fechadas as coligações estaduais, alguns candidatos preteridos devem ser recompensados como comandantes da campanha de FHC nos Estados. Há uma briga de foice entre aliados pela área de infra-estrutura e de arrecadação de recursos.

Idéia de gênio
"Renovar é Marta Suplicy" foi escolhido como o slogan da candidata do PT ao governo de São Paulo. Na avaliação dos marketeiros da campanha, "renovar" significaria mudar, mas sem aventuras.

Agora vai
Lula começa oficialmente sua campanha com atos em Brasília na segunda. O PMDB do B, de Paes de Andrade e Roberto Requião, deverá estar presente em parte da programação. Haverá ainda evento com artistas.

Efeito metrô
Um cacique da campanha de Luiz Paulo Corrêa diz que o candidato do PSDB no Rio pulou de 2% para 8% nas pesquisas. Atribui o fato a inaugurações de metrô. Na capital paulista, a esperança de Covas, outro tucano que vai mal nos levantamentos, também são as novas estações.

Ficou na mão...
Antonio Cabrera promete entrar na Justiça para conseguir disputar o Senado pelo PFL paulista. O partido não indicou o substituto para o suplente de sua chapa, que renunciou por orientação da cúpula. Sem suplente, ela não pode ser registrada.

...e mal com todos
Um pefelista e um auxiliar de Maluf dizem que Cabrera conseguiu se indispor com o PFL e com o PPB ao mesmo tempo. Como caciques do partido nunca gostaram dele, detonaram a candidatura ao Senado em favor da do pepebista Oscar Schmidt.

Guerra dos números
O governador Neudo Campos (PPB), apelidado de "Nero" Campos por causa das queimadas em Roraima, espalha que ultrapassou a tucana Tereza Jucá pela primeira vez nas pesquisas.

TIROTEIO

De Marcelino Romano Machado, presidente do PPB paulista, sobre Covas (PSDB) ter justificado pedido de licença dizendo que não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo, governar e ser candidato:
- Na realidade, ele não consegue fazer nem um coisa de cada vez. Não fazia nada no governo e vai continuar sem fazer nada na campanha.

CONTRAPONTO

Radicalismo infantil
Em campanha ao governo paulista, Marta Suplicy (PT) foi a uma reunião do Rotary em Campinas há cerca de um mês.
No meio da discussão das propostas de governo, os rotarianos perguntaram como seria a relação de Marta, se eleita, com as correntes radicais do partido.
A petista deu uma resposta padrão. Disse que o partido havia se unido em torno de sua candidatura e que, depois das prévias que a escolheram, todas as correntes da sigla estavam na rua defendendo seu nome.
Em seguida, completou:
- Aqui está um exemplo. O meu concorrente nas prévias está comigo em campanha. O deputado estadual Renato Simões (da esquerda do partido).
Nessa hora, a candidata petista foi interrompida por uma voz de criança, que gritou do fundo da sala:
- Não fala do meu gordinho!
Era Caetano, de 4 anos, filho de Simões, que, na dúvida, resolveu sair em defesa do pai.



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