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Hidrelétricas são estratégicas em plano para NE
DA SUCURSAL DO RIO
A transposição de águas do Tocantins e do São Francisco não é o
único projeto polêmico considerado prioritário e "estruturante"
pelo BNDES. O presidente do
banco, Carlos Lessa, inclui na lista
pelo menos dois outros, ambos
destinados à geração de energia: a
hidrelétrica de Belo Monte, no rio
Xingu, e o aproveitamento hidrelétrico do rio Madeira.
Segundo Lessa, a usina de Belo
Monte, no Pará, será para a região
Nordeste o complemento energético necessário para suprir a atividade econômica que será gerada
pela transposição das águas do
Tocantins e do São Francisco.
Lessa disse que, com o virtual
esgotamento do potencial hidrelétrico do São Francisco, a energia
de Belo Monte é essencial para o
NE. O projeto prevê que a usina
terá potência instalada de 11.182
megawatts, um pouco menos do
que Itaipu, a maior hidrelétrica
em operação do mundo.
O presidente do BNDES, em palestra feita na semana passada no
Clube de Engenharia do Rio, admitiu que Belo Monte tem problemas a serem resolvidos.
Além da questão ambiental, a
usina tem pelo menos um sério
problema operacional: nos meses
de seca a potência firme (geração
mínima assegurada) cai para
4.675 megawatts.
O custo da usina é controverso.
Dependendo da fonte do cálculo,
o custo da obra pode ir de US$ 3,7
bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) a
US$ 11 bilhões (R$ 33 bilhões).
Já o aproveitamento hidrelétrico do Madeira, com as construções das usinas de Jirau e Santo
Antônio, em Rondônia, é defendido por Lessa como estratégico
para a integração física da América do Sul. Pelo projeto divulgado
em março deste ano pela estatal
Furnas Centrais Elétricas (grupo
Eletrobrás), as duas usinas terão
potência instalada de 7.362 megawatts e custarão R$ 12 bilhões.
O Madeira é um dos principais
afluentes do rio Amazonas. As
obras das usinas de Santo Antônio e Jirau são consideradas essenciais para permitir a interligação hidroviária da bacia do Amazonas com as dos rios Orinoco, na
Venezuela, e do Prata.
(CS)
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