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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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Hidrelétricas são estratégicas em plano para NE

DA SUCURSAL DO RIO

A transposição de águas do Tocantins e do São Francisco não é o único projeto polêmico considerado prioritário e "estruturante" pelo BNDES. O presidente do banco, Carlos Lessa, inclui na lista pelo menos dois outros, ambos destinados à geração de energia: a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, e o aproveitamento hidrelétrico do rio Madeira.
Segundo Lessa, a usina de Belo Monte, no Pará, será para a região Nordeste o complemento energético necessário para suprir a atividade econômica que será gerada pela transposição das águas do Tocantins e do São Francisco.
Lessa disse que, com o virtual esgotamento do potencial hidrelétrico do São Francisco, a energia de Belo Monte é essencial para o NE. O projeto prevê que a usina terá potência instalada de 11.182 megawatts, um pouco menos do que Itaipu, a maior hidrelétrica em operação do mundo.
O presidente do BNDES, em palestra feita na semana passada no Clube de Engenharia do Rio, admitiu que Belo Monte tem problemas a serem resolvidos.
Além da questão ambiental, a usina tem pelo menos um sério problema operacional: nos meses de seca a potência firme (geração mínima assegurada) cai para 4.675 megawatts.
O custo da usina é controverso. Dependendo da fonte do cálculo, o custo da obra pode ir de US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) a US$ 11 bilhões (R$ 33 bilhões).
Já o aproveitamento hidrelétrico do Madeira, com as construções das usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, é defendido por Lessa como estratégico para a integração física da América do Sul. Pelo projeto divulgado em março deste ano pela estatal Furnas Centrais Elétricas (grupo Eletrobrás), as duas usinas terão potência instalada de 7.362 megawatts e custarão R$ 12 bilhões.
O Madeira é um dos principais afluentes do rio Amazonas. As obras das usinas de Santo Antônio e Jirau são consideradas essenciais para permitir a interligação hidroviária da bacia do Amazonas com as dos rios Orinoco, na Venezuela, e do Prata. (CS)


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