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Depoimento de empresário complica três senadores
Luiz Vedoin afirma que Suassuna "apresentou emenda até para o Mato Grosso"
Dono da Planam reafirma que que pagou R$ 35 mil ao genro da senadora petista Serys Slhessarenko e deu Fiat Ducato a senador do PL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento à CPI dos
Sanguessugas, o empresário
Luiz Antonio Vedoin complicou a situação dos senadores
Ney Suassuna (PB), Magno
Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT), acusados de
envolvimento com a máfia das
ambulâncias.
Luiz Antonio disse acreditar
que Suassuna sabia do esquema de fraudes nas emendas ao
Orçamento da União. "Ele
apresentou emenda até para o
Mato Grosso", teria dito o empresário, segundo parlamentares que assistiram à sessão.
Suassuna é senador da Paraíba.
O senador nega envolvimento com o esquema e atribui
eventuais irregularidades a ex-assessores, demitidos por ele.
Um dos donos da Planam, a
empresa que comandava as irregularidades, Luiz Antonio
confirmou ontem, mais uma
vez, ter feito pagamentos de
cerca de R$ 200 mil a então assessores de Suassuna, a título
de pagamento pelo suposto direcionamento de emendas feitas pelo senador.
Em relação à senadora Serys,
o empresário voltou a dizer que
pagou R$ 35 mil a seu genro,
Paulo Roberto. "Eu paguei ao
genro dela e a emenda foi apresentada conforme o combinado", teria dito, de acordo com o
relato de parlamentares ouvidos. O empresário teria ressaltado que, para provar a acusação, bastaria quebrar o sigilo do
genro da senadora. Serys também nega qualquer envolvimento com o esquema.
O empresário também teria
dito aos parlamentares que
conversou diversas vezes com o
chefe de gabinete de Magno
Malta a respeito do Fiat Ducato
que teria sido dado de presente
pela Planam ao senador. Em
sua defesa, Malta tem reiterado
até agora que utilizou o automóvel, mas por meio de empréstimo, ocorrido em 2003,
feito pelo deputado Lino Rossi
(PP-MT) e "jamais por qualquer empresa".
Ontem, em depoimento ao
corregedor do Senado, Romeu
Tuma (PFL-SP), Marcelo Cardoso de Carvalho, assessor de
Suassuna, teria dito que nunca
deixou de comunicar ao senador sobre qualquer emenda
que tenha feito. "Ele deixou claro que nunca fez nada sem o conhecimento do senador, pois
seria deslealdade", disse Tuma.
O ex-assessor confirmou ter
recebido dinheiro da família
Vedoin, mas atribuiu o pagamento à venda de um barco, e
não ao esquema fraudulento. O
ex-assessor negou ter participação nas fraudes.
PF
A força-tarefa montada pela
Polícia Federal para investigar
o esquema ouviu ontem cinco
assessores do deputado Nilton
Capixaba (PTB-RO) que teriam
recebido dinheiro da Planam.
Todos negaram envolvimento
do parlamentar com irregularidades.
Elias Moisés e Celso Augusto
atribuem os valores recebidos a
serviços prestados a Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam e
responsável por pagamentos
feitos pelo esquema a parlamentares. Os assessores Francisco Machado Filho e Vagner
Sergio disseram à PF que emprestavam suas contas bancárias para que Luiz Antonio depositasse e sacasse dinheiro.
Em troca, os laranjas receberiam modestos pagamentos regulares. Em seu depoimento,
Machado Filho afirmou que
alugava sua conta desde os
tempos em que era assessor do
deputado Lino Rossi.
(LETÍCIA SANDER E ANDRÉA MICHAEL)
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