São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2000


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PAINEL

Bateu o medo
Sumiu da cúpula do PT aquele ar olímpico, de que não se incomodava com Geraldo Alckmin (16% no Datafolha). A estratégia de deixar outros candidatos atacar o tucano será substituída por palavras mais duras contra o candidato de Covas e de FHC. Hoje há debate previsto na TV.

Disputa antecipada
É óbvia a razão para o PT se preocupar. Com a baixa rejeição de 11% no Datafolha, Alckmin seria o pior candidato para Marta no 2º turno. Ela teve 29% de intenção de voto e 18% de rejeição (índice também baixo). Ou seja, é melhor ir logo bombardeando o possível adversário.

Obra malufista
Ciro Moura (PRN), o nanico-fantasma, deixou de atacar Erundina (PSB) e passou a disparar contra Alckmin (PSDB) no horário eleitoral. Por quê? No bastidor da política paulistana, circula que milhares de motivos movem a mira do atirador.

Ciúme tucano 1
Se Alckmin chegar ao 2º turno e não levar, pode complicar os planos de dois caciques do PSDB: Serra (Saúde) e Paulo Renato (Educação). Alckmin seria opção para o governo paulista ou para o Senado em 2002.

Ciúme tucano 2
Serra, de olho na Presidência, tem o Palácio dos Bandeirantes como 2ª opção. Paulo Renato, que planeja a candidatura a senador, sonha com o governo.

Arma secreta
Baseada em pesquisas qualitativas, a campanha de Alckmin estima que cerca de 2% dos eleitores são "malufistas envergonhados" (evitam admitir o voto no candidato do PPB). Fenômeno parecido com o pleito de 85, quando Jânio derrotou FHC.

Ainda na margem
Em razão do "voto encabulado", os estrategistas de Alckmin crêem que ele estará realmente na frente de Maluf, em 2º lugar, se as pesquisas apontarem uma vantagem superior a 3%. No Datafolha, Alckmin tem 16%. Maluf, 14%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Mar de votos
A governadora Roseana Sarney (PFL-MA) enviou pelo correio fitas de vídeo com mensagens de apoio aos candidatos de seu partido nos Estados do Sul.

Inimigo meu
ACM irá submeter a audiências públicas no Senado o projeto que proíbe a propaganda de cigarro. Alega que na Câmara o processo de aprovação da lei foi "muito autoritário". Serra já entendeu o recado. Não terá moleza com o senador baiano.

Que deselegância!
ACM enviou fax a Lídice da Mata (PSB), após a ex-prefeita de Salvador surgir no horário de TV de Nelson Pellegrino (PT). O texto é machista e truculento: "Pense no mal que a senhora fez a Salvador e recolha-se à sua insignificância. Afinal, a sua cara não ajuda a aparecer tanto".

Pangaré
Jorge Bornhausen (SC) não esconde que julga desastrosa a opção do PFL mineiro pela candidatura de Cabo Júlio (PL) a prefeito de Belo Horizonte. O presidente pefelista avalia que um poste obteria melhor resultado.

Encontro marcado
O PFL deseja uma reaproximação com o PSDB de SP no segundo turno das eleições. O cálculo: se Tuma passar para a fase seguinte, os tucanos não teriam como apoiar o PT de Marta Suplicy; se o felizardo for Alckmin, os pefelistas fechariam com ele.

Inês é morta
O PT tinha pesquisa mostrando que o melhor candidato em BH seria o petista Patrus Ananias. Mas, para não alimentar a imagem de sigla incapaz de fazer alianças, rifou o ex-prefeito. Com João Leite (PSDB) no encalço de Célio de Castro (PSB), revela certo arrependimento.

TIROTEIO

De Emerson Kapaz (PPS), relacionando a proposta de Tuma (PFL) de construir 100 mil poços artesianos em SP aos poços construídos por um órgão público em terras do também pefelista Inocêncio Oliveira (quando este presidia a Câmara):
- O PFL tem know-how em poços. A proposta deve ter sido uma sugestão do Inocêncio.

CONTRAPONTO

A face oculta

Orador ferino, Roberto Requião (PMDB-PR) é admirado e odiado no Senado. Para alguns, é um dos poucos políticos brasilienses que põem publicamente o dedo em feridas. Para outros, beira a leviandade ao atacar seus inimigos, especialmente FHC.
No folclore político do Paraná, corre uma história a respeito do período em que Requião governou o Estado. Reza a lenda que ele escrevia num jornal por meio de um pseudônimo.
Objetivo: tecer críticas sem se apresentar como governador. Essas críticas, vez ou outra, acabavam acertando até a sua própria equipe.
Fala-se de um caso no qual o governador queria demitir um amigo. A solução foi escrever um artigo dizendo que a permanência de um auxiliar tão ruim acabaria por manchar a reputação do governador. O secretário não teve dúvida. Pediu o boné a um Requião consternado.


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