São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA

Em evento no Instituto de Engenharia, candidato tucano disse que PT está "aflito"

Para Serra, há furor no uso da máquina pela prefeitura

RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a prefeito de São Paulo José Serra (PSDB) disse ontem que "há um furor no uso da máquina como nunca houve" em São Paulo, ao comentar a decisão da Justiça de suspender as visitações de alunos aos CEUs (Centros Educacionais Unificados).
Segundo Serra, o PT está bastante aflito. "Espero que não dêem curso a essas baixarias", afirmou, em referência aos ataques petistas ao PSDB.
O candidato participou ontem de um ciclo de debates promovido pelo Instituto de Engenharia de São Paulo. Além dele, já participaram do evento a prefeita Marta Suplicy (PT) e o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), também candidatos. O maior número de pessoas, porém, foi registrado ontem -cerca de 350 convidados.
Durante as respostas aos presidentes de entidades da construção e imobiliárias, Serra falou como prefeito eleito. "Vamos fazer um grupo de trabalho depois da eleição. Depois da eleição. Portanto, antes da posse", afirmou Serra ao responder ao presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), João Cláudio Robusti, sobre as propostas para facilitar os investimentos na cidade.
Aos jornalistas, Serra evitou ataques diretos à prefeita Marta, com quem divide a liderança, de acordo com as últimas pesquisas, mas colocou dois vereadores do partido para responder às críticas.
Segundo o vereador e candidato Dalton Silvano, Marta e o PT mentiram ao afirmar que a bancada do PSDB foi contra a implantação dos CEUs, do Bilhete Único e dos uniformes escolares. "Primeiro que não votamos nem os CEUs nem o Bilhete Único. Foram decisões do Executivo. Isso é desespero do PT, que está ruim na pesquisa e parte para a agressão", disse Silvano.
O vereador Gilberto Natalini, também candidato, afirmou que, no caso dos uniformes, a proposta foi de um parlamentar, e que o PSDB ajudou a aprovar.
Serra também atacou o problema do trânsito. "É preciso acabar com a onda vermelha e fazer começar a onda verde", brincou Serra, ao comentar a necessidade de implantar um sistema inteligente que otimize o trânsito.
Serra voltou a criticar o crescimento do déficit público em São Paulo, que, segundo ele, deve chegar a R$ 1 bilhão neste ano.
"O PSDB não dirige a cidade desde a época em que Mário Covas foi prefeito [1983-85]. A explosão da dívida começou na gestão de [Luiza] Erundina [candidata pelo PSB], continuou com Maluf e Pitta e, agora, com Marta. Na verdade, a dívida foi feita na gestão deles, e não na do PSDB."
Segundo ele, todos os municípios têm relação com o governo federal e muitos deles renegociaram a sua dívida. "A única que está em situação difícil é São Paulo."

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