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ELEIÇÕES 2004/PESQUISA
Vantagem da prefeita nessa faixa sobre Serra é de 16 pontos percentuais ( 42% a 26%); entre mais ricos, tucano tem 31%, e petista, 30%
Entre os mais pobres, Marta lidera com folga
DA REDAÇÃO
Entre os mais pobres e mais periféricos, Marta Suplicy (PT) aparece a frente de José Serra (PSDB)
com 42% contra 26%. Entre os
mais ricos, na região centro-oeste
de São Paulo, o tucano fica com
31%, e a prefeita, com 30%.
O retrato da disputa na capital
paulista sob o recorte do território
e indicadores sociais é um dado
da pesquisa Datafolha e refina a
análise da intenção de voto total,
onde Marta tem 34%, Serra, 30%,
e Paulo Maluf (PP), 16%.
O Datafolha usou metodologia
que divide a cidade em "áreas homogêneas". Cinco regiões surgem
no mapa, da mais rica para mais
pobre: área 1, a mais rica; área 2,
corresponde ao centro histórico;
área 3, bairros consolidados na
década de 60, com melhorias de
infra-estrutura; área 4, renda próxima à média de São Paulo; área 5,
a mais pobre e periférica.
O formato, desenvolvido pelos
sociólogos Flávio Pierucci, Reginaldo Prandi e Antonio Manuel
Teixeira Mendes, foi utilizado pela primeira vez nas eleições de
1985.
São os mais pobres da área 5,
que representam 37% do eleitorado da capital, que desequilibram a
disputa a favor de Marta: 16 pontos a afastam de Serra na região.
Afora essa área, a petista só vence
o tucano no centro histórico, 33%
a 22%. O corte só tem 3% dos votos da cidade, mas abrange um
bairro simbólico para Serra, a
Mooca, onde o candidato nasceu,
informação repetida pelos tucanos na TV. É na área que Luiza
Erundina (PSB) registra seu melhor desempenho, 16%.
Além de entre os mais ricos (7%
dos votos), Serra divide a liderança com Marta na zona de renda
média (35% dos votos): 33% a
31%. Ultrapassa a prefeita na área
3 -32% a 26%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou
para menos.
Polarização e malufismo
O bom resultado de Serra nas
áreas 3 e 4 pode ser explicado pela
polarização da disputa e a queda
de Paulo Maluf. "Esse é um voto
anti-Marta. À medida que o malufismo acaba, esse eleitorado fica
órfão de uma figura à direita. E
como mostram os resultados de
segundo turno, os votos migram
para Serra", afirma Teixeira Mendes, que é ex-diretor do Datafolha
e hoje superintendente da Folha.
Entre os que apóiam o candidato do PP no primeiro turno, 69%
votariam em Serra no segundo
turno contra Marta. Apenas 18%
dos malufistas votariam em Marta contra Serra.
Distritos das áreas 3 e 4, como
Vila Maria, já foram identificados
como redutos malufistas. Pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento)
identificou 35 distritos onde Maluf e candidatos da direita têm
sempre melhor performance do
que a média obtida em todas as
eleições de 1996 para cá. Pelo mesmo estudo, a área não é tradicionalmente o forte do PSDB.
O Datafolha entrevistou 1.720
eleitores no dia 26 de agosto.
(FLÁVIA MARREIRO)
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