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EGO PRESIDENCIAL
Em Osasco, o presidente volta a pedir otimismo aos brasileiros e afirma que a vida é uma maratona
Lula se diz "importante para a humanidade"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse ontem que a sua vitória na eleição presidencial foi
um passo importante para a "história da humanidade". Ele falava
para uma platéia de trabalhadores
e empresários, na reinauguração
simbólica da Cobrasma, fábrica
de equipamentos ferroviários que
havia fechado nos anos 90 e que
agora foi reaberta.
"Não pensem que vocês fizeram
pouca coisa na história da humanidade, não. Possivelmente o cidadão que votou em mim não
tem consciência do gesto dele
num país importante como o Brasil. Depositar um voto num ser
humano que não faz parte da classe que tradicionalmente exerce o
poder nesse país", disse o presidente em Osasco.
Lula disse que os brasileiros podem "ter certeza de que vamos ter
dias melhores", referindo-se ao
processo de recuperação econômica. Segundo o presidente, o governo federal agora tem que enfrentar apenas as críticas dos que
gostariam que o país crescesse
mais ou daqueles que, devido a terem criticado a política econômica do governo, agora não podem
mudar seu discurso.
Lula repetiu o argumento da
equipe econômica, segundo o
qual o importante não é crescer
muito durante um ou dois anos
apenas, mas sim crescer "de forma sustentável, com taxas de 4% a
5%, durante muitos anos".
Após ter falado sobre a importância histórica de seu governo,
Lula disse que quer ser julgado,
no fim do seu mandato, pelo conjunto de "coisas boas" que conseguir fazer: "O legado que eu não
quero jogar fora é o direito de andar de cabeça erguida, não é muita gente que conquista".
A vida é maratona
O presidente exortou a platéia a
ser otimista. Disse que qualquer
trabalhador que o ouvia podia repetir sua trajetória de torneiro
mecânico que alcançou a Presidência, e lembrou de Vanderlei
Cordeiro de Lima, o maratonista
brasileiro que ganhou a medalha
de bronze em Atenas.
Lula disse que o atleta era um
exemplo para os brasileiros, referindo-se à atitude do maratonista
de não ter desistido quando foi
surpreendido pelo ex-padre irlandês que o atrasou.
"Ele poderia ter desanimado e
ter parado e ficado reclamando,
mas o que ele fez? Saiu no pinote
outra vez. O gesto dele, de não ficar reclamando, ele foi buscar
aquilo que era o objetivo. Nossa
vida é uma maratona", disse.
Vagões
Na reinauguração da fábrica de
materiais ferroviários, o presidente disse que ficou sabendo, pelo
empresário Ivoncy Ioschpe, que o
Brasil importara vagões usados
para reformá-los aqui. Ele comentou então: "Se ele não falasse,
eu não saberia. E não saberia porque muitas vezes as coisas acontecem dentro do governo como na
casa da gente, com os nossos filhos, e a gente só fica sabendo
muito tempo depois. É por isso
que é preciso sempre que as pessoas digam [falem com ele]".
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