São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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Para ministro, só um "pontapé" muda costumes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim, disse que "só mudamos costumes a pontapé", ao criticar a ineficiência do serviço público e defender mudança de atitude, em palestra a diretores-gerais e secretários de informática dos tribunais do país, que prepararão radiografia do Poder, proposta por ele.
A linguagem dos bancos de dados dos órgãos do Judiciário não é unificada. Há cerca de 90 tribunais. Jobim sugeriu um modelo de informatização da Justiça em que as pessoas sejam substituídas por máquinas. "Nós temos de fazer com que as pessoas sejam dispensáveis, que o sistema funcione independentemente delas." Disse que o espírito dominante entre servidores é "ficar sentado atrás da mesa, quieto".
Logo após falar em "pontapé", ele esclareceu que havia apenas usado uma "figura de linguagem para mostrar que os costumes se ajustam às necessidades" e acrescentou: "Se nós continuarmos nessa situação, as nossas ações serão inúteis e sabemos que, no serviço público, não existe vazio".
Jobim prepara um levantamento pormenorizado do Judiciário da União e dos Estados, que permitirá avaliação e comparações entre tribunais ou segmentos da Justiça sobre gastos, volume processual, carga de trabalho do juiz, taxa de mudança de sentença de uma instância para outra e grau de ociosidade dos prédios. (SF)


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