São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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PAINEL

Garoto problema
Antes de viajar, FHC teve um jantar reservado com Marco Maciel. Assunto: ACM. O presidente quer que um pefelista trabalhe para frear a nova escalada oposicionista do baiano, que não poupa críticas ao Planalto e promete dossiês sobre a ação eleitoral de ministros. A vitória na Bahia reanimou o senador.

Muito a perder
No fundo, ACM quer atrair FHC para a sua cruzada contra a candidatura de Jader Barbalho (PMDB) à presidência do Senado. O presidente não quer se envolver agora na confusão. Ainda aposta em algumas votações importantes até o fim do ano e teme o tumulto na base aliada.

Irritação perene
A relação entre FHC e ACM se deteriorou ainda mais dias antes da eleição, após uma troca de telegramas nada gentis. No Planalto, diz-se que a paciência de FHC chegou ao limite. Sim, mas pela enésima vez.

O lugar da cabeça
Os tucanos de Brasília (Serra, Paulo Renato, Aloysio Nunes e Andrea Matarazzo) estavam certos. Insistiram tanto que Alckmin era "um excelente candidato" que ele se tornou de fato bom. Já é o preferido de Covas para disputar a sua sucessão em 2002. Problemas para Serra.

Estrela de férias
Maluf telefonou a Jorge Bornhausen, presidente do PFL, para tentar um encontro com Tuma. O xerife pode até receber o pepebista, mas decidiu ficar neutro no segundo turno.

Xadrez paulista
Quércia, que reuniu-se ontem com lideranças do PT, pensa em lançar Tuma ao governo paulista pelo PMDB. Para esvaziar as intenções de Michel Temer, presidente da Câmara, de disputar a sucessão de Covas. O ex-governador concorreria ao Senado.

Circuladô de fulô
Anão do Orçamento, o ex-deputado Genebaldo Correia (PMDB) ressurgiu. Foi eleito prefeito de Santo Amaro da Purificação, terra de Caetano Veloso. Com o apoio de ACM.

Política sexual
Na onda da vitória carlista em Salvador, o motel Maxime's, da cidade, exibe desde segunda-feira um outdoor, onde se lê: "Aqui a oposição pode ficar por cima".

M x M
Petistas e malufistas farão do segundo turno uma disputa do bem contra o mal, e vice-versa. O PT fala em "guerra santa" para atrair seus aliados. Politicamente isolado, Maluf adere ao mote para radicalizar o discurso populista atrás da periferia.

Sex & drugs
A declaração de Maluf de que não atirará "a primeira pedra" em Marta é a senha de que está disposto a usar a "pedreira" de que diz dispor contra a petista. O pepebista deve investir contra a vida familiar e as idéias da petista na área comportamental.

TV machão
A campanha de Maluf tem em mãos um vídeo com momentos editados da participação de Marta no extinto "TV Mulher". Só aguarda o "ok" do chefe.

Caloria eleitoral
Cesar Maia faz graça calculada com o peso de Luiz Paulo Conde quando diz que seu adversário no Rio tem "pouca mobilidade" política. O prefeito, porém, está 22 kg mais "ágil". Pesava 130 kg em junho. Está hoje com 108 kg.

Amigo-da-onça
Luiza Erundina não teve o apoio de parte do PSB na campanha. Eleito vereador pelo partido, Toninho Força São Paulo, por exemplo, distribuiu panfletos com sua foto ao lado das de seis candidatos, inclusive Maluf.

Rumo a Brasília
Beneficiado pela eleição de deputados federais a prefeituras no interior de SP, Rui Falcão, coordenador da campanha de Marta, assume no dia 1º de janeiro uma cadeira na Câmara.

TIROTEIO

Do deputado José Dirceu, presidente nacional do PT, sobre Delfim Netto (PPB-SP) dizer que o PT no governo paulistano seria trágico:
- São Paulo conhece bem as administrações malufistas de Maluf e Pitta. Essas são as verdadeiras tragédias que jogaram a cidade no caos e na lama.

CONTRAPONTO
Tudo beleza


Na noite de domingo, enquanto Alckmin e Maluf disputavam voto a voto quem passaria para o segundo turno, dezenas de repórteres se concentravam na porta da casa de Marta (PT).
Por volta das 22h, assessores da petista avisaram que ela, cansada, não falaria mais com a imprensa. Logo depois, no entanto, uma equipe da TV Globo, que acabara de chegar, foi autorizada a entrar na casa.
Os outros jornalistas começaram a reclamar. Após muita conversa, o grupo também pôde entrar na casa dos Suplicy. A petista atenderia a todos.
No jardim, os jornalistas tomaram um susto, recuando de forma abrupta.
Em vez de Marta, quem caminhava lentamente ao encontro do grupo era Bela: a cadela rotweiller da família.
Supla, filho de Marta, vinha logo atrás, despreocupado:
- Relaxa, ela é mansinha...


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