|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GOVERNO
ACM atacou ministros do PMDB e do PSDB e disse que o desempenho da oposição nas eleições serve de "advertência" ao presidente Fernando Henrique Cardoso
Após 1º turno, aliados entram em guerra
RAQUEL ULHÔA
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A base do governo entrou em
guerra ontem, no primeiro dia de
funcionamento do Congresso
após o primeiro turno das eleições. O presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL),
defendeu mudanças na equipe do
presidente Fernando Henrique
Cardoso e atacou ministros do
PMDB e do PSDB.
"ACM que formalize as queixas
ao presidente. Os ministros são
do presidente. Ele que ature
ACM", respondeu o presidente
do PMDB, senador Jader Barbalho (PA).
ACM disse também que o desempenho da oposição na eleição
municipal serve de "advertência"
ao presidente Fernando Henrique
Cardoso.
""O PT cresceu em todo o país
porque encarnou o espírito de
oposição. É uma advertência que
toda eleição oferece aos políticos.
Cada eleição é uma lição. Só não
aprende aquele que não quer ouvir o recado das urnas", afirmou
ACM, contestando FHC, que disse anteontem que nenhum partido saiu derrotado ou vitorioso
das urnas e que todos tiveram desempenho semelhante.
Já o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), disse que "o
resultado das eleições, com um
bom desempenho das oposições
nas capitais, é uma alerta para o
governo e para os partidos de sua
base de sustentação".
As disputas por espaços no governo, as eleições para as presidências do Senado e da Câmara e
a sucessão presidencial de 2002
são o pano de fundo do desentendimento na base do governo.
ACM bombardeia a candidatura do peemedebista Jader à presidência do Senado e quer inviabilizar a eventual candidatura presidencial do ministro tucano José
Serra (Saúde). Serra foi atacado
por ACM, que prefere o tucano e
governador do Ceará, Tasso Jereissati, como candidato em 2002.
""O Ministério da Saúde está dividido: algumas ações são boas e
outras são demagógicas. O ministro José Serra fala muito da redução dos preços dos remédios. Mas
é só discurso. Na prática, os preços estão altos e ninguém consegue comprar. É tudo uma farsa. O
presidente tem de ver isso", afirmou ACM.
""O presidente deveria rever alguns procedimentos na área de
ministros. Por exemplo: quem está satisfeito com as estradas no
país? Ninguém. Logo, esse ministério não está funcionando", disse
o pefelista, referindo-se ao ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, que é do PMDB.
ACM criticou o fato de o ministro Fernando Bezerra (Integração
Nacional) ter liberado recursos
para municípios baianos para beneficiar candidatos apoiados por
seu partido, o PMDB.
Serra, de acordo com ACM, fez
o mesmo. O senador disse ter trazido da Bahia um ""dossiê" contra
Serra e Bezerra, para entregar ao
presidente.
"Ele (FHC) acha que, porque a
gente defende ele aqui no Congresso, a gente engole tudo; eu
não engulo. Por isso, tive êxito (na
eleição baiana)", afirmou o senador baiano. O grupo de ACM reelegeu o prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy, no primeiro
turno e teve excelente desempenho no interior baiano.
Foi o caso do município de Itapetinga, na Bahia, onde FHC chegou a gravar mensagem elogiando o líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima, utilizada na
campanha de Michel José Hagge,
que perdeu a eleição para o candidato de ACM, José Otávio. O
apoio do presidente gerou uma
crise entre ACM e FHC.
""Ganhei por causa do presidente. Nós iríamos perder, se o presidente não se metesse. Eu não ia
nem entrar na campanha", disse o
senador.
Enquanto o peemedebista Jader
disse que o desempenho do
PMDB "o credencia tanto quanto
as outras siglas aliadas" a apresentar um presidenciável, Temer afirmou que o nome do candidato
em 2002 não deve sair necessariamente do PSDB, que indicou FHC
para a cabeça-de-chapa em 1994 e
1998. "O nome tem de sair da
aliança e não de um partido específico".
Temer defendeu a união dos governistas para 2002. Segundo ele,
o PMDB, o PFL e o PSDB, os principais partidos que apóiam FHC,
devem "manter a aliança nacional
em 2002 com repercussão nos
acordos regionais para as eleições
dos governadores".
Texto Anterior: Dornelles diz que pediu votos para Alckmin Próximo Texto: Para ACM e Jader, Tasso não "perdeu" Índice
|