DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato derrotado do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, declarou ontem que vai votar na candidata petista Marta Suplicy no segundo turno das eleições municipais. Ele ficou em terceiro lugar, com apenas 7.691 votos atrás do segundo colocado, Paulo Maluf (PPB).
"Por exclusão, como eu não voto no Maluf, vou votar na Marta", afirmou Alckmin, que reassumiu ontem o cargo de vice-governador do Estado.
A Executiva Municipal do PSDB na capital paulista decidiu ontem que está descartado o apoio do partido a Maluf, no segundo turno das eleições. Mas os tucanos só decidirão amanhã, em reunião mais ampla com caciques do partido em São Paulo, se vão mesmo manifestar voto favorável à candidata petista Marta Suplicy e de que forma esse apoio será dado.
"O Maluf é a pior espécie de político já surgido neste século. Nós o execramos. Ele é uma nódoa para a política brasileira", disse o presidente municipal do PSDB, João Câmara.
O deputado estadual Walter Feldman, coordenador da campanha de Alckmin, telefonou ontem para o coordenador da campanha da petista Marta Suplicy, Rui Falcão. Feldman fez contato para informar do encontro do PSDB de amanhã para definir a posição do partido no segundo turno.
Informado de que Marta gostaria de falar com ele sobre o segundo turno, Alckmin pediu a Feldman que fizesse esse contato partidário com Falcão. Alckmin reassumiu na manhã de ontem o cargo de vice-governador do Estado.
"Respeitamos o tempo que o PSDB se impõe para definir sua posição", disse Falcão.
Segundo ele, o interlocutor de Alckmin esclareceu que ele não vai apoiar Maluf. "A tradição de pessoas como ele (Alckmin) é não se associar ao tipo de prática que representa o malufismo." O coordenador da campanha da candidata petista também afirmou que "é importante que haja o apoio dos tucanos".
Em reunião no final da manhã de ontem, os 11 integrantes da Executiva Municipal do PSDB decidiram que a definição sobre um eventual apoio dos tucanos à candidata Marta Suplicy deve ser algo mais abrangente. Por isso, a executiva convocou uma outra reunião para às 18h30 de amanhã.
No encontro desta quinta-feira, já é considerada certa a presença do governador de São Paulo, Mário Covas, e de Geraldo Alckmin, que deverá defender o apoio à petista. Também deverão participar da reunião secretários de Estado, deputados estaduais e federais do partido com domicílio na capital.
"O nosso objetivo é tomar uma decisão rápida e democrática", afirmou João Câmara.



Texto Anterior: Caravana de imprensa irrita Marta
Próximo Texto: Pesquisa: Apuração confirma acerto do Datafolha
Índice