São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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PESQUISA

Números oficiais mostram que instituto acertou a votação de 67 de 75 candidatos em oito capitais e superou o Ibope, que também obteve alto índice de correção nos levantamentos
Apuração confirma acerto do Datafolha

DA REPORTAGEM LOCAL

Nas oito capitais em que os dois maiores institutos fizeram pesquisa de boca-de-urna durante a votação de domingo, o Datafolha se mostrou mais preciso, ao acertar a votação de 67 dos 75 candidatos. A taxa de acerto do Ibope também foi elevada, com a previsão correta do desempenho nas urnas de 61 desses concorrentes.
A comparação contrapõe a porcentagem de votos apontada pela pesquisa, já descontada a margem de erro, aos resultados divulgados pela Justiça Eleitoral.
Nessas oito capitais -São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza- os dois institutos acertaram a ordem de chegada dos candidatos, excetuado o caso de Recife, onde o Ibope apontou incorretamente uma definição já no primeiro turno.
Em São Paulo o Datafolha previa que Paulo Maluf ficaria um ponto acima de Geraldo Alckmin (PSDB), tendência que se confirmou. No Rio, o Ibope situou Benedita da Silva (PT) um ponto acima de Cesar Maia (PTB), tendência não confirmada.
Mesmo assim, os dois resultados estavam dentro da margem de erro, o que, a rigor, não caracteriza o acerto de uma instituição e o engano da outra.
Mauro Francisco Paulino, diretor Datafolha, afirma que o instituto indicou todas as tendências de segundo turno e obteve um dos resultados mais precisos de sua história de 17 anos.
Por sua vez, Márcia Cavallari, diretora do Ibope-Opinião, diz que seu instituto prestou um bom serviço ao eleitor, fornecendo a tendência correta e a colocação dos candidatos em 75 das 77 cidades em que fez pesquisas.
O Ibope constatou o crescimento do PT no plano nacional e a disputa acirrada pelo segundo lugar em São Paulo e no Rio, afirma.
Paulino diz que o Datafolha foi ágil e geralmente o primeiro a detectar oscilações de intenções de voto no eleitorado, como, no caso paulistano, com os efeitos das denúncias de Nicéa Pitta sobre a candidatura de Maluf, em maio, ou a ascensão de Alckmin e em seguida de Romeu Tuma (PFL), já no final da campanha.
Também afirma que coube ao Datafolha primeiramente detetar o crescimento de Luiz Paulo Conde (PFL), no Rio, e a queda de Patrícia Gomes (PPS), em Fortaleza.
Segundo cálculo da Folha, o Datafolha, com o desconto da margem de erro, ficou a 0,7 ponto percentual dos resultados finais de todos os 75 candidatos nas oito capitais comparadas. O Ibope ficou a 0,9 ponto.
Uma outra maneira de calcular o desempenho dos institutos estaria em verificar qual a previsão de acerto, na pesquisa de boca-de-urna, quanto à votação dos candidatos mais importantes, aqueles que receberam uma votação superior a 5%.
Nesse caso, e para um grupo de 31 candidatos, 25 dos resultados do Datafolha ficaram dentro da margem de erro. A diferença com o Ibope aqui é maior, já que ele acertou apenas 17 resultados.
Nesse grupo de candidatos, os resultados da boca-de-urna do Datafolha se distanciaram em 1,1 ponto do resultado final. Os resultados do Ibope se distanciaram em 1,7 ponto.



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