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Não sou candidato de FHC, diz Conde
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
O prefeito do Rio, Luiz Paulo
Conde (PFL), dispensou o apoio
do presidente Fernando Henrique Cardoso na disputa pela reeleição. "Eu me dou bem com Fernando Henrique, o respeito muito, mas não sou o candidato do
partido dele", afirmou Conde.
O prefeito alega não querer
constranger o presidente a participar da eleição carioca. "E ele vota em São Paulo", disse o prefeito,
tentando um argumento final.
Conde, que usa a boa avaliação
de seu governo como trunfo na
campanha, não quer ser caracterizado como candidato do governo
federal. O Rio é o Estado onde o
presidente tem a pior avaliação,
segundo pesquisa do Datafolha
realizada em junho, quando FHC
alcançou 46% de ruim/péssimo.
Ontem, Conde havia previsto se
encontrar com o presidente, durante cerimônia no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), mas acabou
não comparecendo, alegando
atraso em sua agenda de prefeito.
Ao mesmo tempo em que evita
ter sua imagem associada à de
FHC, Conde recebeu oficialmente
ontem o apoio de Anthony Garotinho (PDT), gravando com o governador o primeiro programa
do horário gratuito, no Palácio
Guanabara.
"Tudo o que eu não quero é ter
um prefeito que esteja o tempo inteiro criando casos e brigas desnecessárias", disse Garotinho para
explicar o motivo de seu apoio a
Conde contra Cesar Maia (PTB):
"Cesar Maia é uma espécie de Brizola mais novo", disse Garotinho.
Garotinho e Brizola, que é o presidente do PDT, vivem uma disputa pelo controle do partido, depois que o governador se recusou
a apoiar sua candidatura à Prefeitura do Rio. O governador criticou as declarações de Brizola, para quem "não é impossível" que o
PDT possa vir a apoiar Cesar
Maia, já que o palanque de Conde
e Garotinho teria "mau cheiro".
"Brizola diz que Conde é um
candidato da direita, mas quem
deu entrevista se definindo como
a nova direita foi Cesar Maia",
afirmou Garotinho.
O candidato do PTB criticou a
opção do governador, a quem havia pedido que ficasse neutro durante o segundo turno. "O carioca
vai se rebelar contra o artificialismo dessa intervenção indevida do
governador na eleição", disse.
A aliança entre Garotinho e
Conde tem ainda a participação
do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Cabral
Filho (PMDB), que desistiu de
disputar a atual eleição, preferindo se coligar com o prefeito.
"Conde é um candidato transgênico, fruto do DNA de Garotinho, de Cabral e do meu", afirmou Maia, lembrando que foi ele
quem lançou o atual prefeito na
carreira política ao nomeá-lo seu
secretário de Urbanismo e depois
escolhê-lo para seu sucessor na
prefeitura.
A tríplice aliança entre Garotinho, Cabral e Conde serve aos interesses do governador, que não
quer enfrentar resistências em seu
próprio Estado, caso retome seu
projeto de se candidatar à Presidência, em 2002.
"O Rio precisa dessa aliança, para melhorar sua posição no cenário nacional. É muito importante
que estejamos unidos acima dos
interesses partidários", afirmou
Conde.
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