São Paulo, quinta-feira, 04 de outubro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice SUCESSÃO NO ESCURO João Caldas diz que, se alguém bater seu recorde, troca de partido novamente "para ficar com o título" Deputado mudou de sigla 7 vezes em 3 anos Sérgio Lima/Folha Imagem João Caldas (PL-AL), campeão do troca-troca nesta legislatura DA SUCURSAL DE BRASÍLIA No ranking dos campeões da troca de partido, o número um é o deputado alagoano João Caldas. Mudou sete vezes de partido desde que chegou a Brasília, em 1999, para seu primeiro mandato federal. E afirma: "Se alguém bater o recorde, eu troco de novo para ficar com o título". Eleito pelo PMN, passou duas vezes pelo PL, outras duas pelo PST, depois pelo PTB e, em junho, retornou ao PL. "Cheguei sozinho a um partido pequeno demais para conseguir alguma coisa. Aqui, a gente só anda se alguém tiver interesse. Procurei os meus", disse. Contrário à fidelidade partidária -cenário em que, segundo ele, só os partidos grandes existiriam-, Caldas diz que não deve nada a ninguém. "Os votos são meus, e não dos partidos", afirmou, referindo-se à sua carreira política, que inclui mandatos de vereador, prefeito por Ibategura (AL) e deputado estadual. Empatados no segundo lugar do ranking estão Marcos de Jesus (PL-PE) e Mattos Nascimento (PST-RJ), ambos integrantes da bancada evangélica, com seis trocas cada. Jesus chegou a Brasília com os votos da Universal do Reino de Deus, da qual é pastor. Mattos Nascimento -na verdade, Matusael Nascimento- ficou famoso como cantor nos templos da Assembléia de Deus, cujos votos levaram-no à Câmara. Também conhecido pelo seu alto número de ausências nas sessões, está às voltas com seu novo sucesso, "Quer Vitória". A música sugere que os fiéis chorem e, de mãos levantadas, recebam as bênçãos de Deus para vencer seus problemas. O chefe de gabinete de Nascimento, Marcos Malheiros, disse à Folha que o deputado se ausenta das sessões porque está mais presente nas bases. E que muda de legenda para viabilizar os interesses de seus eleitores. "Isso não depende de partido, mas de trabalho." Texto Anterior: Sucessão no escuro: Trocas de legenda reduzem as bancadas do PSDB e PFL Próximo Texto: PSDB adia definição sobre prévia Índice

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