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Câmara aprova Código de Ética após nove anos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de nove anos de tramitação, a Câmara aprovou ontem
em último turno o Código de Ética dos deputados. O projeto será
promulgado pela Câmara na próxima terça-feira e entrará em vigor. Após várias versões e votações, ficou estabelecido que a Mesa terá a responsabilidade de
manter arquivadas e sob sigilo as
declarações de bens e de rendimentos dos deputados.
A publicidade desses dados, incluindo as dívidas dos deputados,
estava prevista no projeto aprovado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e era o ponto
mais polêmico.
O texto final estabelece que, em
caso de denúncia contra o deputado, o Conselho de Ética poderá
requerer os dados para investigação, mantendo o caráter sigiloso,
desde que o pedido seja aprovado
pela maioria do conselho (com 15
integrantes titulares e o mesmo
número de suplentes).
O projeto aprovado estabelece
ainda que as denúncias contra os
deputados terão de passar por
uma triagem da Mesa, que decidirá se abrirá ou não processo.
Ao contrário do que defendiam
partidos de oposição, o Conselho
de Ética só será acionado pela Mesa. Para acusar o deputado, o denunciante terá de apresentar provas. A denúncia poderá ser feita
por qualquer cidadão.
"Se não conseguimos alcançar o
ideal, conseguimos um instrumento eficiente e adequado para
preservação do decoro e da ética
parlamentar", disse o presidente
da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG). O Código de Ética foi o primeiro projeto aprovado do pacote ético lançado por Aécio.
Imunidade
Aécio anunciou ontem que pretende votar até o fim do mês a
emenda que limita a imunidade
parlamentar. Deputados de todos
os partidos estão tentando chegar
a um acordo para votar o projeto,
que sempre enfrentou muitas resistências internas.
A proposta mantém o foro privilegiado dos congressistas, que
são julgados pelo Supremo Tribunal Federal, mas limita a imunidade a crimes cometidos no exercício do mandato e com relação direta às atividades parlamentares
-opinião, voz e voto.
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