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RETA FINAL
Recebido com gritos de "aleluia", candidato volta a pedir voto útil de simpatizantes de Ciro e apela à "oposição autêntica"
Garotinho invoca Deus para ir ao 2º turno
LIEGE ALBUQUERQUE
ENVIADA ESPECIAL A DIVINÓPOLIS
Em último apelo aos principais
e fiéis impulsionadores de sua
candidatura -os evangélicos-,
o candidato à Presidência Anthony Garotinho (PSB) encerrou
comício gritando, rouco, para
cerca de 300 pessoas em Divinópolis, oeste de Minas Gerais, no final da noite de quarta-feira.
"Multipliquem o seu voto, espalhem entre seus amigos e parentes
indecisos o 40 [número do PSB].
Vamos mostrar à mídia, aos descrentes, a essas campanhas milionárias, a esses institutos de pesquisa que Deus é mais forte do
que todos eles", afirmou.
A fala de Garotinho durou 30
minutos e era insistentemente
respondida pela platéia com ecos
de "amém" e "aleluia".
O comício ocorreu no aeroporto, por conta do atraso na chegada
em todas as cinco cidades do roteiro: Belo Horizonte, Ipatinga,
Governador Valadares, Pouso
Alegre e Divinópolis.
O presidenciável chegou em Divinópolis com duas horas de atraso. No jatinho, foi acompanhado
de pastores de várias igrejas evangélicas mineiras, que traziam algumas pilhas de panfletos e adesivos com o número 40.
Poucas pessoas que o esperavam no aeroporto desistiram e foram embora. A animação era orquestrada por senhoras evangélicas, como Ivanise Souza, 45, que
distribuía "praguinhas" com o
número 40, cópias da letra do jingle de Garotinho e do salmo 40.
"Esse salmo é lindo, leia. Coincidência ser o número do partido
dele. E esse é o jingle mais bonito
de todos, você não acha?", questionava Ivanise.
O salmo, que começa com a frase "Feliz o que cuida do desvalido
e do pobre", tem trechos como:
"Amaldiçoam-me os inimigos:
"Quando há de extinguir-se o seu
nome?" Vós, porém, Senhor, apiedai-vos de mim, levantai-me e
lhes dai o que merecem".
No comício, Garotinho reafirmou sua promessa de campanha
mais popular-R$ 280 de salário
mínimo em maio do ano que
vem, além das promessas de casas
populares a prestações de R$ 1. E,
como estava em Minas, repetiu as
críticas que têm feito ao governo
Fernando Henrique Cardoso em
relação ao Estado. "Ele não deu
nada a Minas por causa da briga
de comadres com o governador
[Itamar Franco, sem partido"".
Garotinho ficou rodeado por
crianças no aeroporto durante o
comício. Abraçavam o candidato,
chamando-o de "molequinho",
"menininho" ou "little boy", disputando bonés da campanha.
O socialista pediu votos úteis de
ex-ciristas. Também fez apelo à
"oposição autêntica", como chamou os descontentes do PT com a
aliança com o PL, com o apoio do
senador José Sarney (PMDB-AP)
e de banqueiros.
O presidenciável acabou o dia
com o saldo de três comícios e a
voz rouca -sob a crítica de assessores, que preferiam que o candidato tivesse permanecido no Rio,
estudando para o debate de ontem da TV Globo. "Tenho de buscar votos no gogó, tive tão pouco
tempo de TV. E esse corpo-a-corpo dos últimos dias é essencial",
disse o candidato, que pretende
fazer caminhadas em São Paulo,
Rio, e Minas hoje e amanhã.
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