São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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RIO GRANDE DO SUL

No debate de anteontem, peemedebista e Britto, o terceiro colocado, deixaram transparecer parceria anti-PT

Tarso e Rigotto devem disputar 2º turno

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

XICO SÁ
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

As eleições gaúchas estão contrariando as expectativas iniciais e, pelo que indica pesquisa divulgada ontem, fica mais afastada a hipótese de enfrentamento no segundo turno entre Tarso Genro (PT) e Antônio Britto (PPS). Germano Rigotto (PMDB) aparece como provável adversário de Tarso no segundo turno, contrariando a polarização inicial.
De acordo com a pesquisa do jornal "Correio do Povo", Tarso oscilou positivamente de 33,8% para 34,9%; Rigotto subiu de 24,8% para 31,5%; e Britto caiu de 22,1% para 19,2%.
Como a margem de erro é de 2,2 pontos para mais ou menos, configura-se já empate técnico entre Tarso e Rigotto. Faltando três dias para as eleições, dificilmente o quadro seria modificado, apesar de o debate da "RBS-TV" ter ocorrido depois da apuração -nenhum candidato ficou em evidência ou revelou novidade.
No começo da campanha, Britto atingia, segundo as pesquisas, índices próximos dos 40%. Tarso ficava um pouco atrás. Rigotto não tinha dois dígitos e era considerado "carta fora do baralho".
Enquanto Rigotto se propunha a marcar a diferença em relação aos líderes optando por um discurso sem ataques, os dois mantinham uma guerra à parte. Nesse contexto, Rigotto começou um crescimento meteórico, que pode levá-lo a surpreender todos os analistas que previam a polarização entre Tarso e Britto.
As estratégias de Tarso e Rigotto para um possível segundo turno já se desenham. No último horário gratuito de rádio e TV, Tarso, de forma discreta e sem comparações explícitas com a atuação da atual administração petista, sublinhou que "vai governar dialogando com todos os gaúchos".
Durante o processo eleitoral, ele tem se colocado como o candidato que dará continuidade ao governo de Olívio, a quem derrotou nas prévias petistas. Há, porém, reparos que ele faz à administração e que poderão pesar. A preocupação é mostrar sutilmente que há diferenças entre o seu jeito de administrar e o de Olívio, mas que seriam complementares.
A estratégia de Rigotto ficou nítida no debate de anteontem: ele e Britto já deixavam de lado a disputa pelo segundo lugar e atacavam o Tarso em uma parceria explícita. Isso deu a entender que os três vêem Rigotto como o provável candidato que reunirá as forças anti-PT no Estado.



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