São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DISTRITO FEDERAL

Acusação aponta grilagem

Procuradores pedem a cassação de Roriz

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério Público Federal pediu ontem à Justiça a cassação do mandato do governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), e de sua candidatura à reeleição. Roriz lidera as pesquisas de intenção de votos.
Os procuradores eleitorais Antônio Carneiro Sobrinho e Franklin Rodrigues da Costa acusam o governador de "abuso e desvio do poder de autoridade". Segundo eles, Roriz teria prometido doar lotes a eleitores durante comício na cidade-satélite de Ceilândia.
Também foram denunciados dois ex-secretários e a candidata a vice de Roriz, Maria de Lourdes Abadia (PSDB). A decisão sobre a cassação cabe ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do DF.

Denúncia
Ontem, o TRE também recebeu um requerimento da coligação Frente Brasília Esperança (PT-PCB-PC do B-PMN), adversária de Roriz, solicitando que os presidentes das seções eleitorais do DF peçam a apresentação de um documento de identidade, com foto, para os eleitores que vão votar no primeiro turno -que acontece neste domingo.
A coligação diz ter recebido denúncia de que a organização não-governamental Força Azul, que apóia Roriz, teria retido 20 mil títulos eleitorais de pessoas que se cadastraram na ONG.
De acordo com a denúncia recebida pela Frente Brasília Esperança, o objetivo da retenção dos títulos seria o de substituir os eleitores titulares por cabos eleitorais remunerados. Como a legislação eleitoral permite que o eleitor vote apenas com a apresentação do título eleitoral, sem que seja necessária a apresentação de um documento com foto, a coligação teme que haja fraude na eleição.
A Frente Brasília Esperança diz ter recebido a denúncia por meio da coordenação de fiscalização e informática de um juiz eleitoral que pediu para não ser identificado. O PT também pretende encaminhar o caso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Nas últimas semanas, adversários de Roriz usaram as acusações de grilagem de terra e regularização de condomínios irregulares para tentar atingir o governador durante o horário eleitoral gratuito, que terminou ontem.
Roriz é citado em duas ações cíveis na Justiça Federal, que investigam o parcelamento ilegal de terras. Ele também é alvo de uma notícia-crime no STJ (Superior Tribunal de Justiça).


Texto Anterior: Rigotto diz que cresce porque é conciliador
Próximo Texto: Outro Lado: Assessoria diz que pedido é sem propósito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.