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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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Receita suspeita de esquema que já fraudou INSS

DA SUCURSAL DO RIO

A Corregedoria da Receita constatou que quatro empresas que conseguiram limpar seus débitos no Rio, neste ano, tiveram o mesmo pedido indeferido no Rio Grande do Sul, em 2002. Segundo o corregedor Moacir Leão, as empresas teriam usado o chamado "esquema Arrieta", supostamente comandado pelo argentino Cesar Arrieta, preso em 1995 sob a acusação de fraudar o INSS.
No Rio, segundo Leão, o prejuízo que as quatro empresas deram ao fisco soma R$ 15 milhões: "O esquema Arrieta, sendo mal-sucedido em Porto Alegre, buscou no Rio de Janeiro uma forma de dar eficácia aos seus trabalhos".
Arrieta foi acusado de liderar uma quadrilha que teria fraudado cerca de US$ 3 bilhões do INSS, nos anos 90. O processo prescreveu neste ano, sem condenação.
Desde outubro de 2002, o Ministério Público, a Receita e a Polícia Federal investigam um suposto esquema montado no Rio Grande do Sul por Arrieta e sua mulher, a advogada Sonia Regina Soder. "Descobrimos que os escritórios da esposa do cidadão argentino tinham um projeto de compensar indevidamente com golpes contra a Receita Federal cerca de R$ 6 bilhões", disse Leão.
O advogado de Sonia Regina Soder, Dionísio Lopes, disse que estão tentando fazer a relação de sua cliente com a suposta fraude no Rio por "motivos inescrupulosos e não-conhecidos", mas que ela desconhece todos os acusados. Lopes disse que estuda medidas para responsabilizar na Justiça "pessoas da Receita que não têm nenhuma legitimidade para trazer para o jornal a situação fiscal de qualquer contribuinte". A Folha procurou o advogado de Arrieta, Sergio do Rego Macedo, mas ele não foi encontrado.


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