São Paulo, segunda-feira, 04 de novembro de 2002

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Semana terá decisões concretas do PT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Passada a euforia da semana passada, quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva se dedicou mais a comemorações, nesta semana o PT começa a tomar decisões mais concretas.
Hoje, Lula apara as arestas no PT, reunindo a executiva do partido para dizer como quer montar a equipe ministerial. O recado será claro: não dá para governar só com o PT, apesar de o núcleo duro tender a ficar com o partido.
Ao longo da semana, Lula terá encontros políticos e empresariais para começar a definir para valer o ministério e, principalmente, a equipe econômica.
Enquanto Lula pensa na montagem do governo, Antônio Palocci Filho, chefe da equipe de transição, nomeará o restante do seu time para dar início ao contato mais específico entre petistas e membros do atual governo.
No Congresso, o líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha (SP), inicia a operação para tentar destrancar a pauta. Hoje, ela está obstruída por 30 medidas provisórias e quatro projetos de lei com prazos de votação vencidos. Pelo menos outras oito MPs irão vencer nos próximos dias.
Esse é o principal obstáculo para a votação de matérias prioritárias para a transição, como a emenda que permite a regulamentação do sistema financeiro por partes, que abre caminho para a autonomia operacional do Banco Central.
Outra questão que preocupa o PT é a aprovação da manutenção da alíquota máxima do Imposto de Renda da Pessoa Física em 27,5%, para evitar perdas na arrecadação a partir de 2003.
Além disso, o Orçamento de 2003 precisa ser votado, e os petistas ainda não obtiveram consenso sobre aumentos do salário mínimo e dos salários dos servidores. O PT enfrenta ainda a oposição de PSDB e PFL em alguns temas, como o valor do salário mínimo.
A intenção é anunciar o ministério na primeira quinzena de dezembro, mas Lula avalia que, até lá, não terá como segurar vazamentos, o que o levará, provavelmente, a indicar antes os nomes da área econômica.
A tendência de Lula é formar um núcleo duro com quatro pastas -Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência, Planejamento e Fazenda- ocupadas por petistas próximos a ele.
Antes da eleição, para agradar ao mercado, o PT falou em dar a Fazenda a alguém de fora do PT. Mas só o Banco Central deve ficar com alguém de fora e com experiência de mercado.
O mais cotado para a Fazenda é Palocci. Aloizio Mercadante, senador eleito por São Paulo, e José Dirceu, presidente do PT, também são lembrados. A interlocutores, Lula diz que tem mais opções petistas para a Fazenda.


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