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Semana terá decisões concretas do PT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Passada a euforia da semana
passada, quando o presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva se
dedicou mais a comemorações,
nesta semana o PT começa a tomar decisões mais concretas.
Hoje, Lula apara as arestas no
PT, reunindo a executiva do partido para dizer como quer montar a
equipe ministerial. O recado será
claro: não dá para governar só
com o PT, apesar de o núcleo duro tender a ficar com o partido.
Ao longo da semana, Lula terá
encontros políticos e empresariais para começar a definir para
valer o ministério e, principalmente, a equipe econômica.
Enquanto Lula pensa na montagem do governo, Antônio Palocci
Filho, chefe da equipe de transição, nomeará o restante do seu time para dar início ao contato
mais específico entre petistas e
membros do atual governo.
No Congresso, o líder do PT na
Câmara, João Paulo Cunha (SP),
inicia a operação para tentar destrancar a pauta. Hoje, ela está obstruída por 30 medidas provisórias
e quatro projetos de lei com prazos de votação vencidos. Pelo menos outras oito MPs irão vencer
nos próximos dias.
Esse é o principal obstáculo para a votação de matérias prioritárias para a transição, como a
emenda que permite a regulamentação do sistema financeiro
por partes, que abre caminho para a autonomia operacional do
Banco Central.
Outra questão que preocupa o
PT é a aprovação da manutenção
da alíquota máxima do Imposto
de Renda da Pessoa Física em
27,5%, para evitar perdas na arrecadação a partir de 2003.
Além disso, o Orçamento de
2003 precisa ser votado, e os petistas ainda não obtiveram consenso
sobre aumentos do salário mínimo e dos salários dos servidores.
O PT enfrenta ainda a oposição de
PSDB e PFL em alguns temas, como o valor do salário mínimo.
A intenção é anunciar o ministério na primeira quinzena de dezembro, mas Lula avalia que, até
lá, não terá como segurar vazamentos, o que o levará, provavelmente, a indicar antes os nomes
da área econômica.
A tendência de Lula é formar
um núcleo duro com quatro pastas -Casa Civil, Secretaria Geral
da Presidência, Planejamento e
Fazenda- ocupadas por petistas
próximos a ele.
Antes da eleição, para agradar
ao mercado, o PT falou em dar a
Fazenda a alguém de fora do PT.
Mas só o Banco Central deve ficar
com alguém de fora e com experiência de mercado.
O mais cotado para a Fazenda é
Palocci. Aloizio Mercadante, senador eleito por São Paulo, e José
Dirceu, presidente do PT, também são lembrados. A interlocutores, Lula diz que tem mais opções petistas para a Fazenda.
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