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Sarney e Temer debatem ação do PMDB
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Principal dirigente peemedebista da ala oposicionista, o senador
José Sarney (AP) pediu encontro
com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), cacique do partido que selou a aliança com o tucano José Serra, para discutir o futuro da sigla. Temas: presidência do
Senado e posição em relação ao
governo Luiz Inácio Lula da Silva.
O encontro deverá acontecer
hoje à noite ou amanhã cedo, antes, portanto, da reunião da Executiva do PMDB com os cinco governadores eleitos pelo partido,
que ocorrerá na tarde de terça.
A reunião Temer-Sarney será
decisiva para o PMDB -pode
acirrar o racha do partido ou diminuir divergências entre governistas e oposicionistas para que
todos sobrevivam na gestão Lula.
Interessa a Sarney presidir o Senado e levar o PMDB a participar
do ministério petista. Ele representa a chamada ala oposicionista. Hoje minoritária, ela tem 30%
do partido, apoiou Lula desde o
começo e tenta cooptar parte da
ala governista (70% do PMDB)
para se tornar hegemônica.
Já a Temer interessa separar a
negociação congressual da eventual participação no governo Lula. Como o grupo apoiou Serra
desde a primeira hora, a eventual
participação ministerial se daria
por puro fisiologismo. Seria dada
à ala uma pasta sem peso.
O grupo governista quer negociações separadas para tentar ficar com a Câmara ou o Senado.
"O PMDB aceita negociar institucionalmente com o PT, se formos
falar do poder no Congresso. Falar em participação no governo só
aumentará a divisão", diz o líder
do partido na Câmara, Geddel
Vieira Lima (BA).
Um dos fatores que emperram a
negociação entre oposicionistas e
governistas é a resistência desse
último grupo ao nome de Sarney
para presidir o Senado. O candidato da ala governista ao posto é o
senador Renan Calheiros (AL).
A ala governista estaria disposta
até a apoiar o petista Aloizio Mercadante (SP) para presidir o Senado, se, em troca, o PT desse a Câmara ao grupo. No caso, Temer
seria o candidato dos governistas.
Se falhar o diálogo Sarney-Temer, será iniciada uma guerra no
PMDB. Nesse cenário, governistas tenderiam a ficar em minoria,
mesmo com o comando formal.
Dos cinco governadores eleitos,
só Jarbas Vasconcelos (PE) tem
posição contra o PT. Germano Rigotto (RS) e Joaquim Roriz (DF)
estão num campo intermediário.
Luiz Henrique da Silveira (SC)
tem simpatia pelo governo Lula. E
Roberto Requião (PR) é pró-PT.
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