São Paulo, domingo, 04 de dezembro de 2005

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Tucano preterido para Presidência indicará candidato ao Governo de SP

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

A disputa pela vaga de candidato tucano à sucessão de Geraldo Alckmin está atrelada ao plano nacional, no qual o governador e o prefeito de São Paulo, José Serra, são os favoritos no partido para a concorrer ao Planalto em 2006.
Nos bastidores, a avaliação é que a vaga na corrida paulista servirá como uma espécie de prêmio de consolação para quem sair derrotado no âmbito federal. Se Alckmin, por exemplo, ficar fora da disputa, deverá indicar o tucano que concorrerá na sua sucessão. O mesmo ocorrerá no caso de Serra ser o preterido.
Pelo lado do governador, os nomes sempre lembrados são os de seus secretários Emanuel Fernandes (Habitação) e Gabriel Chalita (Educação), mas o líder do PSDB na Câmara paulistana, José Aníbal, vem conquistando a confiança de Alckmin e seu grupo.
Aníbal, ex-presidente nacional do PSDB e candidato ao Senado em 2002, possui bom trânsito nos diretórios tucanos no Estado e é o nome mais bem colocado do partido nas pesquisas de intenção de voto, porém sempre atrás dos petistas. Em caso de prévias, ele seria um nome forte.
Nas trincheiras "serristas", um novo nome foi lançado recentemente, o do líder do partido na Câmara dos Deputados, Alberto Goldman. No entanto, a Folha apurou que ele entrou na disputa apenas para neutralizar momentaneamente as investidas de Aníbal sobre a base do partido, já que o vereador não conta com o apoio de Serra. Outro nome ligado ao prefeito é Aloysio Nunes da Ferreira, seu secretário de Governo.
Correndo por fora, está o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, que, a exemplo de Aníbal, está em campanha aberta. Mas, apesar de contar com o respeito de Serra, Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, ele tem pouco trânsito na base do partido.
Paulo Renato, que é gaúcho, enviou 4.185 cartas para delegados do partido. Nelas, apresenta o currículo e a disposição de concorrer ao governo.
Na semana passada, almoçou com deputados estaduais. Na próxima, se reunirá com a bancada federal. Também pretende visitar todos os diretório do PSDB no Estado. "Entrei em campo, não saio mais. Quero ser escolhido, por consenso ou na disputa por votos." Com tantos nomes na disputa mas sem um candidato natural, os tucanos ainda sonham com a candidatura de FHC, mas admitem que, diante do clima de guerra entre PT e PSDB, ela está cada dia mais distante, já que teria seu governo revirado pelos adversários em meio à disputa.


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