São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2006

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Custo do voto no Brasil e nos EUA é quase o mesmo

DA REPORTAGEM LOCAL

Eleger um presidente no Brasil custa quase o mesmo que nos Estados Unidos. Neste ano, Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL), Cristovam Buarque (PDT), Luciano Bivar (PSL) e Eymael (PSDC) gastaram, em média, R$ 1,50 com cada eleitor.
Mas, se esse valor for ajustado em dólares, levando em conta a paridade do poder de compra -ou seja, a relação entre salários e preços nos diferentes países-, o gasto vai para US$ 3,07.
Nos EUA, George Bush (Partido Republicano) e John Kerry (Partido Democrata) gastaram, em 2004, US$ 3,25 por eleitor. O fator que ajusta esses valores é calculado pelo Banco Mundial.
A similaridade oculta uma desproporção. O destino dos cerca de R$ 188,5 milhões que os presidenciáveis brasileiros gastaram em 2006 foram, majoritariamente, para pagar gráficas, placas e produção de programas de TV.
Há dois anos, seus congêneres norte-americanos usaram US$ 717,9 milhões, mas pouco mais da metade desse valor foi destinado apenas para a compra de espaço publicitário nas grades de programação das emissoras de rádio e TV -o que no Brasil é pago pelo Estado, sem custar um centavo para os partidos.
Apesar da ressalva, isso não significa necessariamente que a eleição no Brasil pode ser mais cara do que nos EUA. Aqui, o voto é obrigatório. O candidato tem de convencer o eleitor a votar nele. Nos Estados Unidos, é facultativo. O candidato tem de primeiro convencer o eleitor a sair de casa para votar. Caso sejam considerados apenas os eleitores votantes, o valor por eleitor que se dispôs a ir às urnas aumenta.
Portanto, o custo por eleitor nos Estados Unidos leva em conta dois cenários: o número total de eleitores e o número total de eleitores dispostos a votar.
Neste texto, o custo do voto nos EUA levou em conta o eleitorado total do país em 2004, tanto quem foi quanto quem não foi às urnas.
Isso aconteceu porque era preciso usar a mesma base para comparar dois países que têm legislações diferentes sobre o direito de votar.


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