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Jornal da TV Brasil estréia com Lula e derrota de Chávez
Em conferência ontem, Lula defendeu a TV pública e criticou a TV comercial
Petista apareceu em três reportagens, em que falou sobre TV digital e eleição do PT; trecho de seu programa de rádio foi reproduzido
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O "Repórter Brasil", telejornal da nova TV Brasil, destacou
ontem em suas duas edições de
estréia, de manhã e à noite, a vitória do "não" no referendo
constitucional da Venezuela e
reportagens com a presença do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Pela manhã, a edição trouxe
três reportagens com Lula e nenhuma referência à oposição
brasileira. Curiosamente, a
oposição venezuelana teve voz
no telejornal, com a entrevista
de um ativista contrário ao presidente Hugo Chávez.
À noite, a oposição brasileira
ganhou espaço. O líder do DEM
no Senado, José Agripino, falou
sobre a CPMF, e o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) comentou a situação venezuelana. Imagens do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
assinando o protocolo de Kioto,
sobre mudanças climáticas, foram mostradas.
O presidente Lula apareceu
falando sobre o início da TV digital, a votação para presidente
do PT, a questão ambiental e na
reprodução de seu programa de
rádio semanal, "Café com o
Presidente"
Também houve uma referência indireta ao fato de o time
do petista, o Corinthians, ter sido rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Lula teria previsto que a
equipe se salvaria, mas "errou",
segundo o apresentador.
Na abertura de conferência
sobre direitos da criança e adolescente, à noite, Lula defende a
TV pública e atacou a TV comercial. "Em parte da programação dos meios de comunicação neste país, sobretudo a televisão, a gente vai se perguntar:
em que momento vai ter alguma coisa educativa na televisão? (...) [com a TV pública] a
gente vai poder ter programação e usar a cultura e educação
para ajudar na formação das
crianças e dos adolescentes."
Segundo ele, nos últimos 30
anos não houve políticas voltadas aos jovens.
Novo olhar
Para mostrar um "novo
olhar" sobre a Venezuela, os
jornais da TV Brasil mostraram
um material produzido por
uma emissora comunitária daquele país, com narração em
português sofrível. Para a TV
pública brasileira, "o venezuelano respira democracia".
De manhã, o noticiário de política teve espaço reduzido no
telejornal. Uma repórter, ao vivo do Congresso Nacional, lembrou que hoje deve ser votado o
segundo processo de cassação
do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), cujo resultado é
"imprevisível", segundo a jornalista. À noite, o espaço foi
maior.
Ao introduzir uma reportagem sobre Ouro Preto (MG), cidade histórica, o telejornal citou números positivos do setor
de turismo, com destaque para
o fato de que essa indústria
cresce 18% ao ano. A pasta é comandada pela petista Marta
Suplicy, pré-candidata do partido à Presidência da República
-que, no entanto, não foi citada nominalmente.
O jornal teve um viés de autopromoção, com reportagens
sobre a nova emissora e sobre
ele próprio, cujo objetivo seria
"jornalismo com foco no que
realmente interessa".
O jornal também noticiou
que o DEM entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com
uma ação direta de inconstitucionalidade contra a medida
provisória que cria a TV.
Colaborou JOHANNA NUBLAT, da Sucursal de Brasília
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