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DIPLOMACIA
Depois de decisão polêmica em 2005, Itamaraty recua e idioma se torna eliminatório na seleção de candidatos
Instituto Rio Branco volta a exigir inglês
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O inglês voltou ao Instituto Rio
Branco. Depois da língua ter sido
excluída em 2005 pelo Ministério
das Relações Exteriores da primeira etapa, eliminatória, para a
admissão de postulantes a uma
vaga na diplomacia brasileira, o
ministério resolveu devolver à língua o status anterior. No ano passado, o inglês foi exigido apenas
na terceira e última etapa, quando
as provas são consideradas para a
classificação dos candidatos.
A mudança no concurso de
2005, determinada por portaria
do ministro Celso Amorim, de
dezembro de 2004, causou polêmica em torno da necessidade de
se exigir dos candidatos à carreira
diplomática o domínio do inglês.
Na ocasião, o ministro declarou
que a mudança seria uma "ação
afirmativa" que pretendia democratizar o acesso ao Itamaraty.
Apesar da volta da cobrança do
inglês em 2006 no chamado "teste
de pré-seleção", o Instituto Rio
Branco mantém a disciplina sem
peso determinante para a aprovação. Para passar às etapas posteriores, o candidato precisa acertar
40% das questões objetivas de
português, história do Brasil, história mundial, geografia e inglês,
mas não há um perfil mínimo a
ser atingido por disciplina.
"Consideramos que atingimos
o objetivo (de democratizar o
acesso ao Itamaraty) no concurso
de 2005, ao permitir que o desempenho em uma prova compense a
debilidade em outra. Principalmente tratando-se do inglês", disse Geraldo Tupynambá, primeiro-secretário e integrante da equipe que coordena a seleção.
Segundo o diplomata, os aprovados na última turma obtiveram
boa média na avaliação de língua
inglesa. Ainda assim, uma turma
foi formada com aqueles que precisaram aperfeiçoar o idioma.
Em 2005, o instituto aprovou 33
pessoas de um total de 6.000 inscritos -181 candidatos por vaga.
A carreira diplomática só aceita
brasileiros natos a partir dos 18
anos e que tenham concluído o
curso superior. As inscrições para
o concurso de 2006 estão abertas
até 22 de janeiro. Serão oferecidas
105 vagas para o curso que formará diplomatas no cargo de terceiro
secretário. Provas serão aplicadas
em 18 capitais brasileiras. A segunda fase do concurso é constituída de uma prova discursiva de
português, com caráter eliminatório e classificatório.
Na terceira etapa, também de
questões abertas e de efeito classificatório, a língua inglesa volta a
ser cobrada dos candidatos. Conhecimentos em uma segunda
língua -francês ou espanhol-
também serão avaliados.
O candidato será submetido a
provas de história do Brasil, geografia, política internacional, noções de direito e direito internacional público, além de noções de
economia.
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