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LIBERAÇÃO DE VERBAS
Para Alckmin, há "promiscuidade" na gestão de Lula
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem -sobre a liberação de verbas
para parlamentares por parte do
governo federal- que a relação
entre a gestão Luiz Inácio Lula da
Silva e a Câmara dos Deputados é
"totalmente promíscua".
Alckmin também classificou o
"mensalão" como forma usada
pelo Executivo para cooptar deputados de partidos da oposição
para a base aliada, mas reconheceu que a prática de liberação de
verbas não se restringe ao governo Lula. Ele admitiu que a estratégia também foi empregada em
gestões anteriores, como a do ex-presidente tucano, Fernando Henrique Cardoso.
"O grande erro do governo do
PT, que eu vejo, é que ele tornou
essa relação [entre Legislativo e
Executivo] totalmente promíscua. Quis construir maioria não
baseado em projetos, mas baseado em outros métodos, que nós
acabamos vendo quais eram",
afirmou Alckmin, ao ser questionado sobre a liberação de verbas.
Segundo o governador paulista,
o governo federal tentou obter
maioria na Câmara "cooptando
partidos e desidratando os [partidos] da oposição. Tínhamos mais
de 70 deputados, fomos reduzidos a 50. Por quê? Pelos belos
olhos do adversário? Não, por
métodos que hoje nós sabemos
quais foram", disse o governador,
em referência ao "mensalão".
"Modelo político"
Ao ser questionado sobre o fato
de o governo FHC também ter liberado verbas para deputados como forma de obter apoio, Alckmin respondeu: "Não [com] os
métodos do mensalão." Reconheceu, porém, que o problema da liberação de recursos para emendas de parlamentares não se restringe ao governo Lula.
"O problema não é desse governo, especificamente. O problema
é o modelo político pluripartidário, com mais de 30 partidos registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e 19 com representação na Câmara, sem fidelidade
partidária", disse. "Fica difícil."
Alckmin apontou a reforma política, com a implantação da fidelidade partidária, como forma de
melhorar as relações entre os Poderes Executivo e Legislativo.
As declarações foram dadas em
São Paulo durante vistoria do governador às obras do Parque da
Juventude, na zona norte.
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