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São Paulo, quarta-feira, 05 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Queda-de-braço
Leonel Brizola começou a perder o controle do PDT. Na última segunda-feira, o cacique tentou aprovar na Executiva uma nota oficial pela qual o partido se declararia "independente" do governo Lula. Desistiu ao perceber que não teria o respaldo da bancada no Congresso.

Mão pesada
O Planalto tem feito gestões diretamente à bancada do PDT para enfraquecer Brizola. Não aceitou as indicações do ex-governador e deixou claro aos parlamentares que o interlocutor preferido de Lula no partido é Miro Teixeira (Comunicações).

Nova tentativa
Brizola defenderá de novo a independência do PDT em reunião com a bancada, após o recesso. "O PT não gosta da gente porque somos sua consciência crítica. Enquanto Brizola estiver vivo, continuará a colocar o dedo na ferida", disse, ao partido.

Lenha na fogueira
As ameaças de José Genoino de expulsar Heloísa Helena, que fez críticas à política econômica de Lula e se recusou a votar em Sarney, não surtiram muito efeito. Ontem, a senadora gravou entrevista para o programa de Marília Gabriela (SBT). Deve ir ao ar nos próximos dias

Sinal dos tempos
Um parlamentar petista perguntou ontem a Ricardo Izar (PTB), deputado que por muito tempo elogiou o "alcance social" das obras de Maluf, o que ele está achando do início do governo Lula. Resposta: "uma beleza!".

Pesquisa de ponta
Professor da USP, Erney Camargo é o novo presidente do CNPq, órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

A conferir
Álvaro Ribeiro Costa (Advocacia Geral) diz que não pretende prorrogar a permanência em cargos de confiança de advogados que não são da carreira. O Ministério Público Federal questionou na Justiça as MPs que os têm mantido nos postos.

Palavra oficial
O escritório de Adílson Dallari, que preparou o edital de licitação da Prefeitura de SP para o transporte coletivo, foi contratado por Marta por "notória especialização" (custo de R$ 340 mil). Isto é, sem licitação.

Relações de campanha
O mapa das doações de campanha para o Congresso mostra que as empreiteiras privilegiaram os tucanos -com R$ 2,4 milhões- e os peemedebistas -com R$ 1,73 milhões-, enquanto os bancos preferiram os pefelistas -R$ 2,21 milhões.

Metal precioso
Os parlamentares do PT receberam na campanha R$ 689 mil de empreiteiras e R$ 312 mil dos bancos. As maiores doações aos petistas vieram das empresas de siderurgia -R$ 782 mil. Só a Aço Minas Gerais doou R$ 300 mil para mineiros do partido.

Manual de instruções
São tantos os novos ministérios e tão difusas as suas atribuições que até mesmo seus titulares se confundem. Olívio Dutra (Cidades) chamou Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social), em discurso em Acauã (PI), de ministra da "integração, solidariedade e cidadania".

Prestígio de iniciante
Nova no Senado, Ideli Salvati (PT-SC) ficou inconformada com o gabinete que recebeu no subsolo da Casa, na ala "Filinto Muller", bem distante do plenário. Tem dito que foi colocada no "calabouço Filinto Muller".

Visita à Folha
Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Carlos Eduardo Alves, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont, sobre José Genoino e José Dirceu ameaçarem expulsar Heloísa Helena do PT pelo fato de ela ter se recusado a votar em Sarney na eleição para a presidência do Senado:
- Apesar de o governo ter feito alianças com o PMDB sem consultar a base do PT, algo sem legitimidade, não estou pedindo a expulsão do presidente da República do partido.

CONTRAPONTO

Linha cruzada

Na reunião fechada que teve com deputados e senadores do PT, na sexta-feira passada, Antonio Palocci Filho (Fazenda) elevou a voz para responder às críticas de parlamentares à política econômica do governo.
Disse que não há nenhuma medida tomada pela equipe de Lula que "desmereça a história do partido".
Assim que o ministro completou a frase, ouviu-se alguém falar no fundo da sala, em voz alta: "só o vice".
Fez-se imediatamente um silêncio constrangedor. Palocci, então, reagiu, com irritação:
- Perdão, só o quê???
Até que um deputado explicou. Tratava-se de uma coincidência. O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), novo na Casa, falava ao celular com um amigo durante a exposição do ministro. O "só o vice" não era nenhuma crítica ao liberal José Alencar, vice de Lula.


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