São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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OUTRO LADO

Auditor não fala, e políticos negam envolvimento

DA AGÊNCIA FOLHA

O auditor fiscal da Receita Federal José Lúcio Rosa de Souza disse que foi orientado por seu advogado, Antônio Barros, a não prestar declaração sobre as denúncias do lobista Sérgio Andrade. Também afirmou que o auditor Francisco Serrão não comentaria as acusações por estar com a saúde debilitada.
O ex-senador Carlos Alberto D'Carli, citado como um dos supostos financiadores do esquema, disse que não tem nenhum envolvimento com o Porto de Manaus desde 31 de janeiro de 2003, quando o conselho empresarial do qual fazia parte foi extinto pelo governador Eduardo Braga (PPS).
O deputado federal Carlos Souza (PL-AM) disse ter assinado uma lista com a indicação do auditor fiscal José Lúcio Rosa de Souza para o cargo de superintendente da Receita Federal na Região Norte à pedido dele próprio. O deputado federal nega, no entanto, que tenha assinado a indicação em troca de benefícios.

Encontro no gabinete
O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) também negou participação no lobby.
Mestrinho disse que Andrade esteve em seu gabinete no início de 2003 e comentou que estava trabalhado para "colocar alguém na Receita".
Na ocasião, o senador peemedebista disse que não queria se envolver com o assunto.
O deputado federal Paulo Rocha (PT-PA) disse que Almeida esteve em seu gabinete no ano passado e que ele confirmou que trabalhava na indicação de Souza para a Superintendência da Receita na Região Norte. O deputado disse que não se envolveu com o lobista.
Segundo Rocha, Almeida encaminhou um dossiê sobre um eventual esquema de contrabando no Porto de Manaus.
"Ele ficava rondando o gabinete de vários deputados e senadores no sentido de tentar indicar esse tal Lúcio [Rosa Souza] para a Receita. Eu o recebi no meu gabinete e foi isso", disse Rocha.

Desespero da prisão
O deputado federal Francisco Garcia (PP-AM) negou as acusações do lobista. Segundo Garcia, ele não conhecia Andrade, até ficar sabendo da prisão dele, na última sexta-feira. Para o deputado, as acusações de Andrade são reflexos do desespero pela prisão.
O diretor operacional do Porto de Manaus, Alessandro Bronze negou as denúncias de envolvimento no grupo de lobistas e afirmou que vai interpelar criminalmente o administrador Sérgio Andrade.
"Esse rapaz foi preso por extorsão, eu vou interpelá-lo para que ele prove essas informações que ele está fazendo à minha pessoa", disse. "Ele está tentando fugir da cadeia acusando os outros."
(KÁTIA BRASIL, MAYRA STACHUK, SILVIA FREIRE E JOSÉ EDUARDO RONDON)


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