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Com aval de Lula, PT e PSDB voltam a negociar fim da reeleição
Assunto foi discutido por governadores do PSDB; presidente, Aécio e Serra são favoráveis ao fim da possibilidade de um segundo mandato consecutivo
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o aval do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, PT e
PSDB voltaram a negociar o
fim da reeleição no país. Embora iniciada já no ano passado, a
articulação política teve de ser
suspensa após revelada pela
Folha.
Mas, na semana passada, o
assunto foi alvo de muitas conversas. Esteve, por exemplo, no
cardápio do jantar oferecido
pelo governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), ao governador de São Paulo, José Serra
(PSDB), em Belo Horizonte.
Serra também discutiu a idéia
com o governador do Espírito
Santo, Paulo Hartung (PMDB).
Lula, por sua vez, teria repetido -inclusive a tucanos- que
sempre foi contra a reeleição.
Hoje, a derrubada agradaria a
pelo menos três dos principais
atores políticos do país: Lula,
Serra e Aécio.
Sem direito à reeleição, Serra
aplacaria restrições à sua candidatura, podendo até conquistar apoio de Aécio para a eleição em 2010. Hoje com 47 anos,
Aécio poderia se comprometer
com a eleição de Serra se contemplado por um acordo para
as eleições presidenciais seguintes. Já Lula teria a chance
de tentar nova eleição sem enfrentar um adversário no comando da máquina administrativa. A proposta em discussão é a de adoção de mandato
de cinco anos.
Ano passado, o fim da reeleição foi objeto de discussão entre o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), e o deputado Jutahy Magalhães (PSDB-BA), um dos principais articuladores políticos de Serra. Aécio chegou a defender publicamente a proposta. Mas enfrentou oposição do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
A idéia agora é ressuscitar
oficialmente a proposta só depois das eleições municipais,
neutralizando resistência de
prefeitos. Escolhidos ainda sob
as regras atuais, os eleitos para
um primeiro mandato em outubro poderiam tentar a reeleição em 2012.
A mesma lógica valeria para
os governadores eleitos para
um primeiro mandato em
2006. Nesse caso, haveria direito à busca do segundo mandato.
Apesar do apoio, o fim da reeleição não é fácil. Como exige
mudança constitucional, depende da aprovação de uma
emenda: dois terços da Câmara
e do Senado.
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