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Novo corregedor da Câmara é acusado de fraudar a Previdência
De acordo com a Procuradoria, Edmar Moreira se apropriou de contribuições de INSS feitas por seus empregados em uma firma
Defesa reconhece a dívida e diz que a empresa, principal doadora das duas últimas campanhas do deputado, "passa por dificuldades"
ALAN GRIPP
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo corregedor da Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG), foi denunciado à Justiça
em dezembro de 2007 pelo
procurador-geral da República,
Antonio Fernando Souza, acusado de se apropriar ilegalmente de contribuições ao INSS feitas por seus empregados em
uma empresa de vigilância.
Na denúncia, o procurador
diz que os impostos foram descontados dos funcionários da
F.Moreira Empresa de Segurança e Vigilância Ltda., sediada em São Paulo, mas não repassados ao governo. Esta dívida, segundo a Previdência, é de
R$ 1 milhão (valor de 2005, incluindo o imposto não pago, juros e multas).
Moreira é investigado em inquérito aberto em 2007 no Supremo Tribunal Federal. Se o
relator do caso, Eros Grau, aceitar a denúncia, o deputado passará a ser réu e responderá a
processo criminal por apropriação indébita. Grau ainda
não se pronunciou.
No inquérito, o advogado do
congressista, Alberto Felício
Júnior, reconhece a dívida e
justifica o não-pagamento informando que "a empresa vem
passando por dificuldades decorrentes de constantes atrasos em seus recebimentos".
Com capital social de R$ 2,7
milhões, segundo a Junta Comercial de São Paulo, a F.Moreira foi a principal doadora das
últimas campanhas do deputado. Conforme declarações entregues ao Tribunal Superior
Eleitoral, em 2002, a empresa
bancou 61% dos gastos da campanha dele (R$ 168 mil), e, em
2006, 39% (R$ 79 mil).
Na investigação, também há
a informação de que são cobrados da F. Moreira R$ 8,2 milhões em outros processos por
não recolhimento de impostos.
A defesa nega essas dívidas.
A história iniciou em 2000,
quando a empresa de Moreira
foi multada por não recolher os
tributos descontados de março
de 1997 a dezembro de 1998.
Em 2003, foi aberta a primeira investigação, que tramitava
na Justiça Federal de São Paulo. Mas, como Moreira tem foro
privilegiado, o inquérito teve de
ser enviado ao STF, o que só
ocorreu em 2007.
Para tentar encerrar o caso,
Moreira disse ao STF ter aderido a programas de parcelamento de débitos, o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) e o
Paes (Parcelamento Especial).
Mas a Receita disse que a F.
Moreira foi excluída do Refis
em 2003 por falta de pagamento e que o débito negociado no
Paes nada tem a ver com o que
resultou na abertura do inquérito. O fato levou o procurador
a pedir abertura de processo.
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