São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2004

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TCE dá prazo a ex-dirigentes de fundo para repor R$ 31 mi

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) deu prazo de 30 dias para que o presidente e o diretor de investimentos do Rioprevidência (fundo de pensão dos servidores estaduais) no governo Benedita da Silva, de abril a dezembro de 2002, e mais três corretoras de valores devolvam aos cofres do Estado do Rio R$ 31 milhões.
Esse seria o valor atualizado do prejuízo sofrido pelo fundo com supostas operações irregulares de compra e venda de títulos públicos federais em poder do Estado.
A decisão do TCE, aprovada ontem por unanimidade, foi divulgada no mesmo dia da instalação da CPI na Assembléia do Rio para apurar irregularidades na Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) na gestão Waldomiro Diniz, de janeiro de 2001 a dezembro de 2002, e no Rioprevidência.
A bancada petista na Assembléia suspeita que o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), responsável pela nomeação de Waldomiro para a Loterj -ele foi mantido por Benedita-, está tentando desviar da Loterj o foco da CPI. Garotinho tem a maioria dos deputados da comissão.
"Não questiono o parecer do TCE, mas é estranho que, justamente no dia em que instalamos a CPI, venha a público. No ano passado, o TCE já havia apontado irregularidades no Rioprevidência, mesmo assim a Assembléia não fez esforço para instalar uma CPI", disse o líder do PT, Gilberto Palmares. O partido defendia agora a separação das apurações.
"O relatório só mostra que estávamos no caminho certo ao incluir o Rioprevidência nas investigações. Vamos pedir uma cópia do documento", afirmou o presidente da CPI, Alessandro Calazans (PV), da base de Garotinho.
O presidente do Rioprevidência na gestão Benedita era Ruy de Mesquita Bello e o diretor de investimentos era Mauro Eduardo Agostinho Michelsen. Bello foi uma indicação do pastor batista Washington Rodrigues Souza Ferreira, que é ligado a Benedita.
Ontem, a CPI decidiu convocar para a próxima semana os presidentes e diretores da Loterj e do Rioprevidência entre 1999 e 2004 e os diretores das corretoras.


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