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OUTRO LADO
Caixa confirma existência de documento
DA REPORTAGEM LOCAL
A Caixa Econômica Federal
confirmou a existência do relatório de fiscalização dos bingos, de 11 de março de 2003,
mas não quis comentar o conteúdo do documento.
A assessoria de imprensa da
Caixa informou que a auditoria
é sigilosa e que, por esse motivo, nem sequer poderia informar a quem encaminhou o documento. Segundo a Caixa, atualmente quem responde
por esse assunto é a Casa Civil,
já que, desde dezembro de
2002, a instituição não concede
mais autorizações para o funcionamento de bingos.
A assessoria da Caixa também confirmou que os três auditores que assinam o relatório
continuam trabalhando na instituição, mas que não poderiam fornecer detalhes sobre o
documento.
A Folha procurou a Casa Civil, mas a assessoria de imprensa informou que só poderia se
pronunciar se souber para
quem o documento foi encaminhado, o que a Caixa informou que não poderia fazer.
O Ministério do Esporte informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o relatório entregue no dia 8 de maio ao chefe de gabinete do ministério, Francisco Claudio Monteiro, por procuradores do Ministério Público Federal de Brasília, não foi repassado ao ministro Agnelo Queiroz.
De acordo com o Ministério
do Esporte, o documento foi
entregue "em caráter pessoal"
-ou seja, de maneira informal-, não foi protocolado e
não foram pedidas providências sobre o assunto. Também
informou que a finalidade do
documento era fornecer "subsídios" para analisar o setor. A
reportagem pediu para falar
com o chefe-de-gabinete e com
o ministro, mas a assessoria informou que eles não se pronunciariam sobre o caso.
A Abrabin (Associação Brasileira dos Bingos), que representa metade dos cerca de 1.100
bingos que atuam no país, informou, por meio de nota, que
"uma vez que não foram fornecidos os nomes dos bingos citados nos relatórios da Caixa e do
Ministério Público, a Abrabin
não tem como se pronunciar,
pois não conhece por completo
o teor dos documentos e não
sabe se os bingos citados fazem
parte da associação".
A associação destacou, na
nota, que os os bingos existem
no Brasil desde 1993 e que há
mais de dez anos existem "insinuações de que há indícios de
que estão vinculados à prostituição, à máfia dos caça-níqueis e à lavagem de dinheiro".
A nota ressalta ainda que,
"durante esses dez anos de atividade, nunca ficou comprovada a ligação de nenhum dos
bingos existentes com nenhuma máfia de caça-níqueis".
Para a Abrabin, as insinuações de lavagem de dinheiro
"nunca foram e nunca serão
comprovadas por serem, além
de infundadas, inviáveis". "No
tempo em que a lei regulava a
atividade, 65% do dinheiro arrecadado era destinado ao pagamento de prêmios e do imposto de renda; 7% era destinado às federações e entidades esportivas para o fomento do esporte; os 28% restantes eram
destinados ao pagamento de
salários, férias, décimo terceiro, ISS, PIS etc".
(CR e FF)
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